“Era tradição, o Váatão ter um curso de teatro por ano. Retomamos essa tradição no ano passado, sendo que o curso de 2013 está a encerrar, mas vamos desde já abrir inscrições para 2014, cujo curso irá iniciar em janeiro. O nosso objetivo é manter, em cada ano, um curso de teatro a formar atores a sério”.
As palavras são do presidente da direção do Váatão, proferidas durante uma conferência de Imprensa realizada sexta-feira, na sede do grupo de teatro, que teve como objetivo apresentar a nova temporada.
Lopes Marcelo apresentou ainda mais algumas novidades para o próximo ano. Já em finais de novembro, o grupo irá estrear Rodas que o Amor Empurra, uma peça de teatro escrita e produzida pelo Grupo de Teatro de Castelo Branco que aborda a deficiência física motora e que terá a colaboração de uma atriz deficiente motora (irá participar em cadeira de rodas).
“Estamos a ultimar a sua preparação para estrearmos no final de novembro essa peça no Cine-Teatro Avenida, em Castelo Branco. É uma peça que nasceu de um processo de estudo e do testemunho de um caso que envolve uma jovem, Sandra Nabais”, refere Lopes Marcelo.
Para maio do próximo ano, o Váatão vai estrear uma revista, cuja produção total é do grupo de teatro albicastrense.
José Pires, presidente da assembleia geral do Váatão, explicou aos presentes que esta revista não irá perder nenhum das caraterísticas, como sejam a crítica, a irreverência ou a musicalidade. Aliás, esta é também a recuperação de uma tradição que Castelo Branco tinha no final da década de 30 até meados da década de 50 do século passado, onde o teatro revisteiro dominava a cidade. “É o retomar dessa tradição”, disse.
Além destas novidades, para esta 14ª temporada do grupo de teatro albicastrense, Lopes Marcelo diz que quer manter a exigência e a qualidade.
Vão continuar a trabalhar para diversos grupos etários, que vão desde o teatro infantojuvenil até ao teatro para adultos.
Neste âmbito, para os mais novos, o Váatão vai continuar a apostar numa peça que teve a sua estreia no ano passado, A Magia da Tecedeira, uma vez que consideram que continua a ser uma “proposta válida” e “interessante do ponto de vista didático”.
Outra aposta que se vai manter para os jovens que frequentam o Secundário, são as Residências Teatrais, onde o Váatão se desloca aos diversos estabelecimentos de ensino.
Segundo Lopes Marcelo, no primeiro ano das Residências Teatrais foram abrangidos cerca de 3.000 jovens e no ano passado, esse número rondou os 1.500 jovens. A peça que está disponível é a Viagem com o Mestre Gil, baseada em Gil Vicente.
Além disso, o grupo de teatro albicastrense vai complementar este projeto com a realização de ateliers de escrita criativa.
Por último, o Váatão, tem para o público em geral, a revista É Preciso Rir, uma produção que segundo o presidente da direção, foi um risco assumido e que financeiramente está ultrapassado o que os impulsionou para a nova revista que será estreada em maio de 2014.
Recorde-se que o Váatão nasceu há 15 anos. O salto qualitativo está concretizado. “Agora é uma questão de dimensão”, diz Lopes Marcelo.
“Se tivermos mais recursos financeiros, uma sede melhor, melhores condições de trabalho, teremos uma amplitude e uma dimensão diferente. Agora, em termos de trabalho de qualidade e de meios humanos, os recursos que hoje temos chegam para fazer o que estamos a fazer, com qualidade”, sublinha.
No entanto, Lopes Marcelo não esconde que o Váatão “gostaria muito de dar um salto ligado ao teatro infantojuvenil, sobretudo, ligado às escolas, mas não temos meios humanos para isso”, refere.

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