João Belém
A gestão participativa na escola
De acordo com Glatter (1992) o processo de mudança na escola eì dividido em três fases:
1) Iniciação: introduzir novas ideias e práticas e procurar o apoio institucional.
2) Implementação: operacionalizar as ideias.
3) Institucionalização: constituiì-las em normas e rotinas, para que se tornem parte integrante do cotidiano escolar.
Para implementar um processo de mudança na escola é necessário que se consiga atender a vários aspetos: responder às transformações impostas pela sociedade; compreender que a comunidade escolar eì o foco dessas mudanças; motivar todos os profissionais a encararem a mudança como um desafio pessoal; desenvolver uma cultura organizacional de desafio constante, para estar preparada para reagir imediatamente às novas mudanças e realizar reuniões com os seus participantes, visando detetar os factos que podem ser considerados geradores de mudanças estratégicas. (Santos; 2002)
Para o sucesso considera-se relevante que a gestão da escola busque a participação de todos e em diferentes cargos (coordenadores, professores, técnico-administrativos, serviços gerais) para uma melhor implementação dos objetivos ambicionados e um comprometimento maior.
Assim, eì necessário que a organização escolar possua uma gestão participativa, pois a principal alternativa para que a escola se transforme num ambiente de crescimento continuo e integrado eì a participação e o comprometimento de todos. Para Lück (2002) “o conceito de gestão participativa envolve, além dos professores e funcionários, os pais, os alunos e qualquer representante da comunidade que esteja interessado na escola e na melhoria do processo pedagógico.” Ou seja, trata-se do envolvimento de pessoas interessadas nas questões da escola e no seu processo de tomada de decisões. No entanto, “não basta a tomada de decisões, mas eì preciso que elas sejam postas em prática para fornecer as melhores condições de viabilização do processo de ensino/aprendizagem”. (Libâneo, 2001).
Segundo Santos (2002) os gestores escolares possuem várias e importantes funções dentro da escola das quais salientamos as seguintes:
1. Efetivar a gestão participativa, envolvendo todos os profissionais da escola no planeamento das atividades nos aspetos administrativos, pedagógicos, políticos e éticos;
2. Consciencializar todos de que somente a prática participativa e democrática pode provocar mudanças significativas e benéficas para a escola.
O gestor escolar tem o dever de organizar reuniões com os demais profissionais, para que todos possam sugerir novas ideias para melhorar o acesso, a socialização e a produção do conhecimento entre os profissionais e os alunos da escola, colocando o conhecimento, como o centro da atividade pedagógica. Pretende-se, assim, desenvolver ao máximo o potencial dos profissionais da escola e promover diálogos abertos com os interessados, dando conhecimento de todas as propostas de ações, qualificando-as para a tomada de decisões e para o aparecimento de conhecimento mais elaborado.