DESASSOSSEGO - José Lagiosa
Madiba
Morreu um Homem bom e um político ímpar.
Foi com esta frase que comentei, nas redes sociais, os diversos posts que foram aparecendo sobre a morte de Nelson Mandela.
Como parece óbvio, nunca conheci pessoalmente Mandela. No entanto, ao longo dos anos segui, com atenção, o seu percurso, primeiro na cadeia, depois após a libertação, no seu percurso como presidente da nação sul-africana e finalmente como reserva moral e política não só do seu país, mas de todo o continente africano e mesmo do mundo inteiro.
Foi um homem e um político ímpar. Sem rancores, após 27 anos de prisão, nas cadeias sul-africanas, soube transmitir ao seu povo, um sentimento de perdão que não é usual em situações similares. Fê-lo, em nome da unidade do país, da sua reconciliação, sem nunca deixar franjas da população para trás, mesmo aqueles que foram os seus opositores mais ferozes. Fê-lo em nome da pacificação daquele pedaço de África, mas também em nome dos mais diversos locais, onde a guerra, os rancores, as culpas, as vinganças falam mais alto. Nelson Mandela era assim. Distinguiu-se sobretudo pelas coisas boas que fez e somente por elas.
O mundo chora a morte de Nelson Mandela, Madiba, na designação afetiva sul-africana.
Nobel da Paz em 1993, Presidente da República Sul-Africana entre 1994 e 1999, Mandela representa aos olhos de todos nós o último dos grandes estadistas do Século XX, o verdadeiro Homem de Estado portador de uma envergadura moral admirável.
Venerado no seu país, idolatrado em milhentos pontos do globo, Madiba deixou-nos, após um período de tempo de luta contra a doença.
Fica a memória do homem que saiu da prisão, ao fim de tantos anos, com um sorriso na expressão, um homem que apregoou a fraternidade entre os homens, um homem que soube perdoar os seus carrascos, um homem que soube deixar o poder sem apegos, morreu o homem que já é considerado pelo próprio Comité Nobel norueguês como “um dos maiores nomes da longa história dos prémios Nobel da Paz”.
Enfim, morreu um Homem bom e um político ímpar!