António Tavares
Editorial
A Revolução dos Cravos comemora, na próxima sexta-feira, 25 de Abril, o 51.º aniversário. Depois das cerimónias que marcaram as bodas de ouro, no ano passado, a Liberdade volta a estar no centro das atenções.
Assim, como habitualmente, haverá foguetes, arruadas com bandas e, claro está, os habituais discursos a lembrar o final dos anos da ditadura Salazarista do Estado Novo.
Ou seja, mais do mesmo. Porque, quer se queira, quer não, as comemorações do 25 de Abril têm vindo a perder o esplendor de outros tempos, quando milhares de Portugueses saiam para as ruas. Agora, para muitos, é apenas mais um feriado, que este ano até calha a uma sexta-feira, o que possibilita um fim de semana prolongado.
Para grande parte da população o 25 de Abril já é algo que não foi vivido e que só é conhecido porque é abordado na escola e, esporadicamente, em conversas de pessoas mais velhas. Ou seja, a Revolução, muitas vezes, não é sentida, porque a ditadura não foi vivida e toda a vida tem sido em Liberdade. A Liberdade de expressão, a Liberdade de escolha, a Liberdade de ser livre, entre muitas outras, que começam a ser ameaçadas um pouco por todo o Mundo. E é bom recordar que nada se pode dar como garantido, o que, obviamente, também se aplica à Liberdade.
Liberdade que, em grande parte, é assegurada pelos órgãos de Comunicação Social, que têm um papel imprescindível, mas nem sempre visto e valorizado, mas que, mesmo assim, mantêm a luta diária pela sua missão de informar.