António Tavares
Editorial
Na primeira reunião deste ano do Conselho Municipal de Segurança de Castelo Branco, realizada na semana passada, de acordo com dados divulgados pela Polícia de Segurança Pública (PSP) e pela Guarda Nacional Republicana (GNR), no ano passado, em Castelo Branco, a criminalidade registou um decréscimo de 10,2 por cento.
Este é, sem dúvida, um aspeto importante, porque se há algo que preocupa os cidadãos, seja onde for, é a questão da segurança.
Ainda de acordo com os números apresentados, Castelo Branco surge como uma cidade segura, num momento em que em todo o País este é um tema que tem feito correr muita tinta e originado intervenções, muitas delas dispares umas das outras.
Por um lado, surgem aqueles que fundamentam a sua posição nos números que são conhecidos e oficiais. Do outro lado, surgem aqueles que dão especial ênfase à perceção de segurança que os cidadãos sentem. E se é verdade que no respeitante a números há uma diminuição da criminalidade, também é bem real que grande parte dos cidadãos sente mais insegurança.
Ou seja, a bota não bate com a perdigota, a avaliar pelo que é a segurança em números e o que é a perceção desta.
E se esta é a realidade a nível nacional, em Castelo Branco acontece precisamente o mesmo, como facilmente se percebe nas conversas do dia a dia.
É motivo para se colocar a questão: a criminalidade diminui realmente, ou aumentou e as participações não são registadas, dando lugar a números que indicam um decréscimo dos crimes, quando as pessoas se sentem menos seguras face àquilo a que assistem?