Edição nº 1880 - 29 de janeiro de 2025

ASSOCIAÇÃO RENOVA E REFORÇA APOIO DA DIREÇÃO-GERAL DAS ARTES
Terceira Pessoa cresce e apresenta 12 atividades

A Terceira Pessoa – Associação apresentou o plano de atividades para 2025, num ano em que renovou o apoio da Direção-Geral das Artes e a equipa cresceu.
Por isso, o diretor artístico, Óscar Silva, realçou que 2025 é “um ano particular e especial” e adiantou que “uma das principais novidades é o apoio da Direção-Geral das Artes, através do Programa de Apoio Sustentado para as Artes, para o biénio 2025/2026”.
Óscar Silva realçou que nesta renovação do apoio a verba a receber pela Terceira Pessoa ascende a 180 mil euros e frisou que “subimos de plataforma de apoio”, não escondendo o orgulho da candidatura da Terceira Pessoa “ter sido valorizada e reconhecida pela Comissão de Apreciação, tendo obtido uma classificação de 90,59 por cento, ficando em primeiro lugar no Concurso Nacional na área de Cruzamentos Disciplinares”.
No que respeita a financiamento, Óscar Silva destacou também “a continuidade do apoio da Câmara de Castelo Branco, que é de 10 por cento do nosso orçamento”, ao que se junta o financiamento da Fundação Calouste Gulbenkian, em parceria com La Caixa, através da iniciativa PARTIS & Art for Change.
Óscar Silva sublinhou que “a parceria com a Câmara é importante, uma vez que é com ela que é possível captar os 180 mil euros da Direção-Geral das Artes”, para concluir que para este ano, para as 12 atividades a desenvolver o “total é de cerca de 300 mil euros”.
Outra novidade tem a ver com o crescimento da equipa.
Assim, a acompanhar Óscar Silva está Ana Gil, na coordenação de Serviço Educativo e Arte Participativa; Joana Gomes, na produção executiva; Rita Piteira, na comunicação e assessoria de Imprensa, Cátia Santos e Fátima Elias, no design; Marta Costa e Tiago Moura, no registo audiovisual, enquanto os artistas associados são Nuno Leão, Tiago Moura, Diogo Martins e Rui Dias.
Focado no plano de atividades, que apresentou cronologicamente, Óscar Silva adiantou que para este ano a Terceira Pessoa tem seis projetos de criação.
O primeiro projeto é Vado e non Torno, que tem como objetivo testar as fronteiras disciplinares e dos meios performáticos, a partir da apropriação e transposição de conceitos associados à Glitch Art que explora o erro e a realidade ficcionada, com a intenção de compreender e representar o tempo real. Com direção artística e performance de Óscar Silva e Maurício P. Castro, também na dramaturgia, tem estreia marcada para dia 26 de abril, num espaço público de Castelo Branco, a anunciar.
Segue-se Gosto, logo e Existo, que é um projeto de teatro, com espetáculo e oficina, dirigido a adolescentes, a partir do livro homónimo da autora e jornalista Isabel Meira que procura explorar a relação dos jovens com as redes sociais, na especificidade da informação e da desinformação. A conceção e a direção artística é de Óscar Silva e Ana Gil. A estreia está marcada para dia 8 de maio, no Teatro das Figuras, em Faro, seguindo-se apresentações a 14 de maio, no Cine-Teatro Avenida, em Castelo Branco, e 16 de maio, no Centro Cultural de Alcains.
Já Margem de Erro é um projeto transdisciplinar que tem como ponto de partida o universo de Ulysses, de James Joyce, que reflete sobre o futuro das ações mais banais do ser humano, confrontando a biologia elementar que é comum ao Humano com o futuro acelerado e artificial para onde a sociedade se dirige. Conta com a criação de quatro objetos artísticos, de quatro artistas de diferentes países, que são a Alemanha, Suécia, Itália e Portugal. A estreia será dia 24 de maio na primeira edição do Festival Alcains Conecta.
No que respeita a Dois Dias para Além do Tempo é um projeto de ópera de câmara, com direção artística de Óscar Silva, composição musical de Ricardo Jacinto e libreto de Miguel Castro Caldas e Ricardo B. Marques. O espetáculo experimenta uma reflexão sobre as lutas e triunfos da vida quotidiana, a ideia do banal e mesquinho, em contraponto com as grandes questões existenciais individuais e coletivas. A estreia será dia 4 de outubro, no Cine-Teatro Avenida, em Castelo Branco.
O projetos de criação continuam com As Peças que Faltam, que é resulta numa exposição coletiva de 11 artistas e que se inscreve numa interseção entre o real e o fictício, entre as artes visuais, as artes digitais, as novas tecnologias e a inteligência artificial, propondo uma exploração das ausências conceptuais da história da arte apresentadas pelo poeta Henri Lefebvre no seu livro homónimo. A estreia é a 18 de outubro, na Moagem - Cidade do Engenho e das Artes, no Fundão. De realçar que as residências artísticas deste projeto decorrem entre março e setembro em Castelo Branco e outros espaços parceiros.
No plano e atividades para este ano mantém-se RadioATIVIDADE, que é um projeto de criação artística de teatro radiofónico desenvolvido pela Terceira Pessoa em colaboração com a comunidade reclusa do Estabelecimento Prisional da Guarda (EPG) entre 2022 e 2025. Através da experimentação de diferentes linguagens artísticas, utiliza a rádio como ferramenta central para estimular o desenvolvimento criativo e promover a reintegração social. Este ano o projeto está seu terceiro e último ano letivo, sob a direção artística de Nuno Leão, com a colaboração do poeta Miguel-Manso. Recorde-se que neste projeto, anualmente, durante os meses de julho e agosto, são emitidas na Antena 2 oito peças de teatro radiofónico, criadas no âmbito do RadioATIVIDADE o. A conferência final está marcada para dia 31 de outubro, no Teatro Municipal da Guarda, tratando-se de um momento de reflexão e partilha sobre os resultados e impactos do projeto, que conta com o apoio da República Portuguesa/Cultura - Direção Geral das Artes, Fundação Calouste Gulbenkian La Caixa através da iniciativa PARTIS & Art for Change, da Escola Superior de Artes Aplicadas (ESART) de Castelo Branco e da Antena 2.
Na área da mediação, para este ano, os projetos são dois.
Oásis é um projeto de desenvolvimento de laboratórios de criação e experimentação artística pluridisciplinar, nos quais os artistas trabalham em proximidade com o público escolar e/ou geral nas áreas da performance, das artes visuais e dos cruzamentos disciplinares.
Isto enquanto em Serviço Público é um ciclo de conversas informal em torno da criação artística e do pensamento contemporâneo para o qual a Terceira Pessoa convida artistas e pensadores a refletirem sobre a vida e o Mundo.
Passando à área da edição, será lançado o livro Prefácio, que coleciona uma série de biografias de pessoas que irão mudar o curso da humanidade. No entanto, estas pessoas ainda não nasceram, o que torna este livro numa obra efabulatória, um desejo para o futuro, uma utopia que está por vir, uma história que ainda não aconteceu. Reunindo pessoas de várias áreas do conhecimento, cada uma é convidada a escrever livre e criativamente sobre o futuro da humanidade e sobre o impacto que certas pessoas terão na história futura. O lançamento da obra está marcado para dia 7 de junho, em local ainda a definir.
O plano de atividades para 2025 apresenta, por outro lado, dois espetáculos que a Terceira Pessoa tem em digressão.
Um deles é CA.LEI.DOS.CÓ.PI.CO, uma produção multidisciplinar para a infância e famílias, que foi apresentado na Fábrica das Ideias, na Gafanha da Nazaré, entre 21 e 26 de janeiro, e q1ue na próxima sexta-feira e sábado, 31 de janeiro e 1 de fevereiro, será apresentado na Casa da Música Jorge Peixinho, no Montijo.
Também em digressão mantém-se o já conhecido Da minha aldeia vejo quanto da Terra se pode ver no Universo, que de 24 a 31 de maio, integra o programa Desejar Braga 2025 – Capital Europeia da Cultura.
Por fim, na área da programação, o destaque vai para o SINGULAR, que é um festival de criação artística pluridisciplinar, que será apresentado em novembro em vários espaços de Castelo Branco. Mantendo a sua programação concentrada num único mês, o festival reafirma o seu compromisso com a promoção de abordagens inovadoras e diversificadas no panorama cultural.
António Tavares

29/01/2025
 

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