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Edição nº 1872 - 4 de dezembro de 2024

Escritores do Concelho brilham no Prémio Literário Manuel Teixeira Gomes

Os escritores do Concelho de Castelo Branco estiveram em destaque no Prémio Literário Manuel Teixeira Gomes, promovido pela Câmara de Portimão, através da Biblioteca Municipal Manuel Teixeira Gomes.
O primeiro prémio foi para o escritor Alcainense Antímio Vieira Damião, com a obra A Missão do Póstumo, enquanto o segundo lugar foi para o Albicastrense José Dias Pies, com a obra Vento do Fim, Os Nós no Fio de Água.
A apresentação das obras vencedoras realiza-se esta quarta-feira, 4 de dezembro, no contexto das comemorações oficiais do Dia da Cidade.
Antímio Damião nasceu em Alcains, estudou no Instituto Politécnico de Portalegre, licenciou-se em Filosofia, na Universidade Nova de Lisboa e frequentou um mestrado também em Filosofia, na Universidade da Beira Interior (UBI). Trabalha como desenhador gráfico. Editou o conto O Êxodo, na antologia Contos da Língua Toda, na Alma Azul, em 2018.
Certo dia, João Póstumo, escritor obscuro a braços com a sua segunda obra, descobre numa livraria que o seu livro por escrever já está publicado em seu nome e e com o mesmo título. Indignado, leva a cabo a missão de confrontar o seu misterioso homónimo e esclarecer o mal-entendido, sofrendo, da cidade ao campo, uma sequência de peripécias absurdas e grotescas, descobrindo ainda que, quer na ficção, quer na realidade, nem tudo parece o que é... A Missão o Póstumo é, em traços gerais, uma meta-narrativa alegórica do ofício da escrita ou, tão-só, um livro dento de outro livro. A novela tem lugar num mundo imaginário e retro-futurista, onde as fronteiras entre autor e personagem, entre original e cópia, entre moderno e arcaico, entre liberdade de expressão e censura, entre política e religião, se esbatem, retratando com isso uma parte da condição humana deste e doutros tempos.
Já no que se refere à obra de José Dias Pires, Vento do Fim, Os Nós no Fio de Água é uma longa conversa com alguém cujo avô foi um leitor iluminado.
Ele dizia-se um professor de filosofia de pavio curto e escritor.
O pai fora um talentoso fotógrafo amador. Ele era um pintor diplomado, de tela formatada e poeta.
Às sextas-feiras, manhã cedo, sentava-se sempre no mesmo banco. Sentado, viajava com o olhar para reconhecer e assinalar o seu mundo. Com alguma frequência escondia-se por detrás do tempo. Sempre fora um incorrigível desenhador de sombras e um adivinhador de dramas potenciais. Defendia a existência de uma conspiração contra si que era liderada pela vida e pelo fado e, como não era homem de fé, acreditava que essa teia o haveria de envolver até conseguir roubar-lhe todas as palavras.
E perguntava-se: vale a pena regressar aos lugares onde os vestígios da felicidade nos magoam mais do que uma queda desamparada no vazio? Que recompensa se pode esperar de um regresso que desfia, de forma dolorosa, os farrapos de nós?
Quando partiu, disse apenas: “Até amanhã.”
Uma despedida para sempre: era impossível desfazer os nós naquele fio de água.

04/12/2024
 

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