António Tavares
Editorial
Nos meses de setembro e outubro, os trabalhadores dependentes viram o salário aumentar, uma vez que esses dois meses foram pagos com base nas novas de tabelas de retenção na fonte de IRS. Ou seja, nesses dois meses as taxas de retenção na fonte foram baixas ou mesmo nulas, para compensar as retenções feitas desde o início do ano até agosto. Na prática, o que se verificou foi a devolução do IRS pago a mais nos primeiros oito meses do ano.
À primeira vista esta pode ser considerada uma vantagem para os bolsos dos trabalhadores, que receberam mais, mas como é garantido que o Estado não dá nada, apenas devolve o que recebeu a mais, tudo isto se reflectirá no momento de entregar o IRS, no próximo ano.
Assim, é garantido que muitos contribuintes, quando procederem à entrega do IRS, verificarão que terão direito a um reembolso menor que aquele que receberam em últimos anos, sendo que em alguns casos terão mesmo de pagar, ao contrário do que acontecia anteriormente.
O melhor é mesmo estar preparado, para não haver surpresas, até porque muitos contribuintes contam habitualmente com a devolução de IRS para pagar algumas contas. Algo que poderão não contar no próximo ano, a partir do momento em que receberão menos reembolso ou poderão ter que pagar, o que faz com que a situação seja ainda mais complicada.