PROJETO DE REABILITAÇÃO APRESENTADO
Praça vai ter quartos para estudantes
O primeiro piso do Mercado Municipal de Castelo Branco, mais conhecido como Praça, terá 18 quartos duplos destinados a estudantes. Esta é uma das muitas novidades avançadas no passado sábado, 26 de outubro, no decorrer do projeto de reabilitação daquele espaço localizado no centro da cidade.
Um projeto que de acordo com o presidente da Câmara de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues, pretende dotar a Praça de “conforto, dinâmica e trazer outras dinâmicas ao Mercado Municipal”.
Leopoldo Rodrigues afirmou que a Praça “tem cada vez mais gente, cada vez mais pessoas jovens” e adiantou que no estudo que foi feito permitiu, entre outros pontos, perceber a “diferença entre clientes ao sábado e à segunda-feira”, que são os dias em que os produtores locais ali comercializam os seus produtos. Tudo isto, para realçar que “Castelo Branco é dos poucos mercados a nível nacional onde temos dinâmica em dois dias, nos outros é apenas em um”.
Leopoldo Rodrigues realçou, por outro lado, que a Praça “é um espaço central na cidade e no Concelho”, para defender que “não se limite a dois dias (a dinâmica) e se prolongue aos outros dias”, uma vez que “o objetivo do projeto é trazer vida, dinâmicas aos sete dias da semana”.
O autarca fez ainda questão de deixar bem claro que aquilo que foi apresentado “ainda não é um projeto fechado. Estamos perante um conjunto de ideias que está aberto ao debate”.
Na apresentação do projeto, João Carapau, da SIMAB – Sociedade Instaladora de Mercados Abastecedores, afirmou que “o projeto não é só a obra, tem que ir além disso, com as pessoas, com os operadores”, para avançar com o propósito de “criar aqui algo diferente, que permita desenvolver este Mercado”, tendo por base “defender os que já cá estão e atrair outros novos”.
No que respeita ao estudo realizado, João Carapau, no que se refere ao enquadramento comercial, adiantou que como aspetos positivos estão os custos, com rendas acessíveis; a procura, porque tem compradores, sendo também apontada a fidelização de clientes; a localização, com a proximidade entre a habitação e o local de venda; e a estrutura empresarial, com negócios familiares. Isto enquanto como aspetos negativos surge a gestão pouco profissional; a comunicação, com falta de publicidade interior e exterior e a inexistência de eventos; a estrutura, devido ao desconforto térmico; o funcionamento com horário de venda reduzido, a falta de estacionamento para clientes, a limpeza deficiente e a separação de resíduos; ao que se soma ainda a falta de Multibanco.
João Carapau adiantou, por outro lado, que o objetivo “é não ter aqui o que já existe na área envolvente, é trazer algo de novo, que atraia”, de onde surgiu “esta ideia ousada para os três pisos do Mercado”.
Assim, de acordo com o projeto no Piso -1 ficará a atividade não alimentar e restauração e as zonas técnicas.
Já no Piso 0 ficará toda a “atividade de venda, quer permanente, quer temporária, com os frescos, restauração, e lazer”, bem como “o pólo comercial que agrega atividades alimentares e não alimentares, com dinâmica de animação permanente no espaço”.
Neste piso uma das novidades passa pela ligação das lojas exteriores ao interior.
Por outro lado, em ambos os lados as bancas existentes no espaço central desaparecerão, dando lugar a um corredor central, onde funcionará o mercado dos produtores que, assim, passa para o espaço interior do edifício. Este corredor central será também um espaço propício ao convívio, sendo que as bancas laterais serão reabilitadas.
Novidade será também a criação de uma ligação com o jardim localizado na traseira da Câmara, de modo a criar uma interligação entre os dois espaços. Para isso o parque infantil que existe no jardim será reposicionado e haverá mesas onde os clientes da Praça poderão conviver e consumir produtos adquiridos no interior do espaço.
Já na ala esquerda, para além do corredor central, no topo haverá um palco, destinado a diversas atividades.
A alteração mais profunda do projeto, no entanto, tem a ver com o Piso 1, para o qual estão previstas residências temporárias para estudantes, com 18 quartos duplos.
António Tavares