O Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) integra a Universidade Europeia BAUHAUS4EU, como membro fundador, uma vez que incorpora uma aliança de 10 instituições de Ensino Superior europeias, que criaram essa Universidade Europeia em 2023, quando a candidatura ao programa Erasmus+ obteve o selo de excelência da Comissão Europeia.
Na candidatura realizada este ano, foi atribuído o financiamento total solicitado para a realização das atividades previstas, sendo que o projeto terá início em novembro.
A novidade foi avançada pelo presidente do Politécnico, António Fernandes, numa conferência de Imprensa realizada na passada quinta-feira, 4 de julho, na qual realçou que “este é um motivo de grande satisfação para o Politécnico. É uma nova dimensão para o IPCB. É um marco extremamente importante para a nossa instituição”, tanto mais que a Universidade Europeia BAUHAUS4EU apresenta uma “estratégia conjunta para todas as instituições”.
A Universidade Europeia BAUHAUS4EU, segundo foi adiantado, conta com 124 mil estudantes e 10 mil colaboradores, entre docentes e não docentes, sendo que o projeto, para os próximos quatro anos, dispõe de um financiamento de 14.396.260 euros, dos quais, de acordo com António Fernandes, cabe ao Politécnico cerca de um milhão e 100 mil euros.
A aliança, além do Politécnico de Castelo Branco, integra, como líder, a Bauhaus University Weimar, da Alemanha; o Blekinge Institute of Techonology, da Suécia; a Katowice University of Economics, da Polónia; a University of Architecture, Civil Engineering and Geodesy, da Bulgária; a University of Macedónia, da Grécia; a Polis University, da Albânia; a University of Bergamo, da Itália; e a University Picardie Jules Verne a University Lumiere Lyon 2, ambas de França.
Instituições que, como realçou António Fernandes, “têm em comum a realidade regional, uma vez que se localizam em zonas interiores e periféricas, com despovoamento e envelhecimento da população enfrentando as dificuldades de desenvolvimento e coesão territorial; todas contam com sítios classificados pela UNESCO, com um desafio no âmbito da preservação do património; e apresentam nichos de excelência, sendo que algumas são dedicadas as áreas específicas”, e avançou que “o Politécnico tem o nicho de excelência da área do design”.
António Fernandes adiantou também que “a aliança possui 67 parceiros regionais, nomeadamente atores do território ligados às políticas e estratégias locais”, sendo que os parceiros portugueses são a Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa (CIMBB), as câmaras de Castelo Branco e Idanha-a-Nova, a Associação Empresarial da Beira Baixa (AEBB) e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC).
O presidente do Politécnico revelou igualmente que a Universidade Europeia BAUHAUS4EU vai “implementar um campus europeu conjunto, através de estratégias conjuntas para um campus sustentável e inclusivo, com o envolvimento dos estudantes como motivadores da mudança através de curos interdisciplinares; implementação de uma plataforma digital interuniversidades que permita a interação com e entre os membros da aliança e também com os parceiros regionais, dando acesso a ferramentas e recursos partilhados; criação de uma plataforma conjunta de gestão de mobilidades, com processos digitais, que facilitem a mobilidade da comunidade académica”.
Por outro lado haverá uma “aposta no ensino inovador, com a implementação de cursos interdisciplinares através de avisos conjuntos interuniversidades”, passando também por “definir cursos baseados nas necessidades territoriais e em linha com os parceiros regionais; criação de microcredenciais em competências do futuro e em linha com os objetivos europeus; criação de programas conjuntos inovadores com múltiplos percursos; implementação de diplomas conjuntos; criação de espaços de experimentação e desenvolvimento de ideias concretas com os parceiros regionais e com a sociedade (regional living labs)”.
A isto há a somar a ligação à região, mediante a “criação de hubs inovadores, implementados através da plataforma digital, conectando as universidades aos parceiros, no sentido de identificar problemas territoriais e responder através de uma estratégia colaborativa dos membros da aliança”, com a garantia que “estes hubs servirão de pontos de contacto entre os estudantes e os parceiros regionais”.
Entre outros, haverá ainda “estruturas conjuntas de decisão, procedimento e impacto”, através da “implementação do esquema de governança da Universidade Europeia; definição de um sistema de garantia da qualidade conjunto e monitorização das atividades, processos e estruturas; criação de mecanismos de disseminação das atividades e resultados atingidos através de canais de divulgação e eventos”.
António Fernandes sublinhou as vantagens associadas à Universidade Europeia BAUHAUS4EU, a começar pela “visibilidade nacional e internacional de um projeto desta natureza”, ao que há a somar que “a criação desta estrutura comum permite a definição de estratégias globais que orientam o trabalho dos parceiros em áreas específicas, como a implementação de um campus sustentável e inclusivo, assim como permitirá a criação de uma plataforma digital que conecta todos os parceiros da rede, simplificando processos de ensino, investigação e mobilidades”.
Tudo isto sem esquecer que “os programas de ensino conjunto irão permitir que os estudantes tenham a experiência de vivenciar diversos ambientes de ensino e aprendizagem, multiculturais e internacionais, ampliando o seu conhecimento, não só técnico, como sobre cultura, valores e sociedade”.
António Tavares

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