António Tavares
Editorial
A desinformação e as notícias falsas transformaram-se numa praga terrível que encontra um terreno fértil nas redes sociais, onde, muitas vezes, com perfis que não permitem identificar os seus autores, se dá como real aquilo que não o é, num exercício de pura maldade e de espalhar o caos.
Claro está, que pelo meio também há os que se julgam detentores de toda a verdade e resolvem dar as suas notícias. Isto, obviamente, numa tentativa absurda e até caricata de usurpar o papel dos jornalistas, mas mal, porque sem conhecimentos para desempenharem tal função, não sabem o que é deontologia. Mais, fazem as suas notícias à medida, atropelando um princípio básico, que é a isenção, a imparcialidade.
A questão que se coloca é qual o objetivo, pois tudo tem uma finalidade por mais insondável que seja. Do que não resta dúvida, é que prestam um mau papel à sociedade, a todos nós, e, em última análise a eles, porque também vivem nessa sociedade.
Pois é, num ano em que se assinalam os 50 anos da Democracia em Portugal, continua a ser importante, e vital, que a liberdade de expressão seja defendida, mas não se confunda isso com maledicência, com ignomínia e com outros adjetivos, que nada abonam a favor da Democracia, pela qual temos que nos bater no dia a dia, para que não a percamos, para depois nos lamentarmos, quando já for tarde de mais.