EM RÓDÃO
Encontro assinala o Dia Internacional do Voluntariado
O Dia Internacional do Voluntariado foi assinalado em Vila Velha de Ródão, dia 5 de dezembro, com a realização dum encontro na Casa de Artes e Cultura do Tejo. A iniciativa juntou convidados de diferentes áreas, que deixaram o seu testemunho sobre a sua experiência com o voluntariado e o impacto nas suas vidas.
A sessão contou com a presença do presidente da Câmara de Vila Velha de Ródão, Luís Pereira, que deu as boas vindas aos convidados e destacou a importância do voluntariado na vida do Concelho, dando como exemplo o trabalho desenvolvido pela Loja Social, as campanhas de apoio à Liga Portuguesa Contra o Cancro ou a forte mobilização que leva todos os anos dezenas de pessoas a serem voluntárias no Encontro das Gerações de Ródão.
Por seu lado a provedora da Santa Casa da Misericórdia de Ródão, Adelina Pinto, realçou a importância do voluntariado junto da população mais idosa, que considerou “um trabalho extremamente compensador do ponto vista emocional e dos afetos, mas também duro”.
Adelina Pinto chamou a atenção para a importância da regulamentação e da implementação de programas de voluntariado e sublinhou que “ser voluntário é assumir um compromisso, é ser um elo duma cadeia que funciona como um todo”, pelo que cada um deve dar o seu contributo dentro da sua capacidade e disponibilidade.
Luís Correia, fundador da Ocidental Filmes, empresa sedeada no Concelho, falou da sua experiência enquanto produtor e da responsabilidade social e ética que leva a que, aquando da realização de filmes ou documentários em cenários mais desfavorecidos, a sua empresa procure deixar algum contributo à população, seja através da realização de ações de formação, da criação de fundos de apoio à educação ou do apoio a associações locais de voluntariado.
Ainda sobre a responsabilidade social das empresas, António Carmona, um dos sócios da firma Presuntos Rodrigues, lembrou o contributo que estas podem ter na integração na comunidade dos seus funcionários, o que se estende para além do horário de trabalho e dos objetivos de lucro das empresas. Este é um aspeto particularmente relevante no caso da população emigrante, como testemunharam dois funcionários da empresa, naturais da Venezuela e da Guiné.
Iolanda Vale, funcionária do Centro Comunitário da Sociedade Filarmónica de Educação e Beneficência Fratelense, falou sobre o voluntariado religioso levado desenvolvido pela instituição, uma intervenção corroborada pelo testemunho emotivo de duas voluntárias que ali se deslocam para a celebração da palavra, e relatou a sua experiência pessoal enquanto membro dum grupo de voluntários responsável pela entrega de bens essenciais e pelo acolhimento de refugiados, aquando do início do conflito na Ucrânia.
António Gonçalves, comandante dos Bombeiros Voluntários de Vila Velha de Ródão, encerrou o encontro com uma nota de preocupação, ao realçar que “nos últimos dois anos, perderam-se cerca de 700 a 800 voluntários nos corpos de bombeiros de 12 associações do Distrito de Castelo Branco, o que traduz a falta de adesão ao voluntariado” e lembrou que em Vila Velha de Ródão só 19 bombeiros são assalariados, sendo os restantes 35 voluntários. Perante este cenário, o comandante apelou à adesão dos jovens a esta causa e lembrou que, apesar dos riscos, esta é uma profissão muito gratificante e motivadora.
Na impossibilidade de se fazer representar, a Direção do Grupo de Amigos da Foz do Cobrão (GAFOZ), através de uma mensagem eletrónica abordou a dificuldade em recrutar trabalhadores e lembrou a importância dos voluntários, sendo que o seu contributo é essencial para assegurar a prestação de um serviço de qualidade junto da população.