NA SESSÃO PÚBLICA DE 15 DE DEZEMBRO
Compra do edifício da CGD divide opiniões na Câmara
A venda do edifício da Caixa Geral de Depósitos (CGD) localizado na Praça do Município, em Castelo Branco, ao médico, empresário e ex-presidente da Câmara de Oleiros, Fernando Jorge, esteve no centro das atenções na sessão pública da Câmara de Castelo Branco realizada na passada sexta-feira, 15 de dezembro. Por um lado fizeram ouvir-se os que defendiam a compra do imóvel pela Câmara de Castelo Branco, enquanto por outro lado, o presidente da autarquia Albicastrense, Leopoldo Rodrigues, explicou os motivos que levaram a que tal não tenha acontecido.
O tema foi inicialmente abordado pelo vice-presidente da Câmara, Hélder Henriques, ao tornar pública a “inquietação” da venda do edifício.
Na sua intervenção Hélder Henriques, abordou a questão numa dupla abordagem, respeitante à sua “posição pessoal”, bem como “autarca”.
Hélder Henriques questionou o facto da Câmara de Castelo Branco não ter utilizado o seu direito de preferência na compra do edifício, para realçar, mais à frente, que o argumento do valor de venda elevado não se justifica.
Na mesma linha, a vereadora Ana Teresa Ferreira, do SEMPRE – Movimento Independente, também questionou o motivo pelo qual a Câmara não comprou o edifício.
Na resposta, Leopoldo Rodrigues avançou que a Câmara não avançou com a compra, por um lado, “pelas limitações, porque como está classificado está protegido” e, por outo, “pelo valor”
Leopoldo Rodrigues explicou que manteve uma primeira reunião com a CGD em 2022, sendo solicitada uma reunião em Lisboa. Tudo para adiantar que “depois de saber que o valor de venda era de 815 mil euros pedi uma avaliação aos serviços técnicos da Câmara”. Avaliação que revelou que “o valor era exagerado face ao que são os usos possíveis do edifício, condicionados por ser um edifício classificado”.
O autarca sublinhou ainda que “o edifício está classificado”, o que faz com que “esteja protegido, independentemente de estar na posse da Câmara, do Estado ou de um particular”, daí resultando que “não se afigurou necessário para proteger esse edifício que a Câmara o adquirisse” e reforçou que “comprar a CGD por vaidade, ou porque sim não se justificava”.
Apesar destes argumentos, Luís Correia, do SEMPRE, fez questão de deixar claro que “a Câmara não liderou bem este processo”.
António Tavares