COM PRÉ-POSICIONAMENTO DE MEIOS AÉREOS DO MECANISMO EUROPEU DE PROTEÇÃO CIVIL (RESCEU)
Aeródromo ganha centralidade a nível europeu
A ministra da Defesa Nacional, Helena Carreiras, e o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, visitaram esta segunda-feira, 21 de agosto, os meios aéreos de combate a incêndios financiados pela União Europeia (EU) no âmbito do Mecanismo Europeu de Proteção Civil (RescEU), estacionados no Aeródromo de Castelo Branco.
Refira-se que estes meios da frota aérea europeia de combate a incêndios, mais concretamente dois aviões anfíbios Fire Boss, ficam pré-posicionados em Portugal, como reserva para apoiar de forma mais rápida as autoridades portuguesas e espanholas em caso de necessidade.
De referir, também que estes meios envolvem um investimento na ordem dos 2,5 milhões de euros, 75 por cento dos quais financiados pela UE, e permitem que Portugal tenha pela primeira vez aeronaves integradas no RescEU.
Perante isto, José Luís Carneiro realçou que o pré-posicionamento de meios no Aeródromo de Castelo Branco “é especialmente relevante” e recordou que “há um ano começamos a trabalhar em Bruxelas, com os ministros do Interior, para reforçarmos os meios do Mecanismo Europeu de Proteção Civil, para os anteciparmos e para os pré-posicionarmos”, sublinhando que com “o apoio do Ministério da Defesa Nacional, da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e da Câmara de Castelo Branco, foi possível termos dois meios aéreos que são financiados em 75 por cento por parte da União Europeia e que ficam a trabalhar, primariamente, para as necessidades do País, mas que estão também pré-posicionados em Castelo Branco para apoiar o esforço europeu, muito particularmente aqui no quadro da Península Ibérica, com a vizinha Espanha”.
José Luís Carneiro, ao longo da sua intervenção, também fez questão de sublinhar que “os meios aéreos, terrestres e humanos são muito importantes”, para considerar, no entanto, que “é a tranca na porta de uma casa que já foi assaltada, porque eles atuam quando os incêndios já estão a lavrar”.
Pelo meio, José Luís Carneiro fez questão de “agradecer o empenhamento do presidente da Câmara de Castelo Branco neste objetivo” e referindo-se ao Aeródromo sublinhou que “tem agora dimensão europeia”.
O ministro da Administração Interna frisou igualmente “o significado europeu do ato que estamos aqui a viver, com reforço dos meios humanos e aéreos, a antecipação dos meios aéreos, que estavam previstos para 2027 e 2028, e o pré-posicionamento de meios”, para mais à frente afirmar que “sentimos, pela primeira vez, que os países do Norte da Europa estão irmanados com este objetivo”.
Afinando pelo mesmo diapasão, Helena Carreiras, ao referir-se ao Mecanismo Europeu de Proteção Civil (RescEU), destacou “a resposta flexível e rápida”.
Presente na visita, o presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, brigadeiro Duarte da Costa, realçou que o Aeródromo de Castelo Branco representa “a materialização de uma zona de expectativa estratégica ibérica para os meios aéreos”, para acrescentar que “pela primeira vez integramos a estrutura de apoio a nível europeu”, no que se refere ao Mecanismo Europeu de Proteção Civil (RescEU), que o levou a concluir que “Portugal conta”, realçando “a centralidade de Portugal”.
Tudo isto levou a que o presidente da Câmara de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues, tenha considerado que este “é um dia importante para Castelo Branco e para o Aeródromo, que se já tinha importância estratégica, com meios europeus assumiu mais importância”.
Leopoldo Rodrigues considerou que “o Aeródromo tem importância estratégica para Castelo Branco, mas também regional e nacional”, uma vez que “devido à sua centralidade podemos chegar a qualquer ponto do País, mas também a Espanha”.
O autarca referiu, por outro lado, que “em 2022 o Aeródromo registou 4.773 movimentos” e destacou “a frequência bastante continuada de voos internacionais de lazer e de negócios”, para defender que “o nosso objetivo é crescer de forma consistente”. Para isso são necessários alguns investimentos, apontando para o aumento da placa para ao aviões, que “já é insuficiente, pelo que foi aberto um concurso para aumentar a sua capacidade para o dobro, num investimento que ascende a meio milhão de euros”. Para além disso, continuou, “são também necessárias infraestruturas para abastecimento de combustível e proceder-se à iluminação da pista, para ser operacional 24 horas por dia”.
Leopoldo Rodrigues falou ainda no objetivo de “criar à volta do Aeródromo uma área de localização empresarial”, apontando como fatores vantajosos proximidade da Linha da Beira Baixa, bem como da Autoestrada da Beira Interior (A23) e, futuramente, do Itinerário Complementar 31 (IC31), com perfil de autoestrada, entre a A23 e Espanha.
António Tavares