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Edição nº 1722 - 29 de dezembro de 2021

António Nunes Farias
O SENHOR RICO E O APANHADOR DE PINHAS

Era uma vez…um senhor pobre que queria ser rico. Então fundou um banco e as pessoas começaram a depositar, a depositar. Esse senhor ficou rico, não com o dinheiro e o empenhamento do próprio mas à conta dos outros. O empenhamento na função foi para outro lado, começou a engordar perante tanta riqueza e tanta abundância. E então todo o dinheirinho que arrebanhava punha de lado, aqui ao lado, em sítios bem conhecidos, os offshores, e em outros lugares igualmente giros. Um dia esse senhor, o tal que juntou muito dinheiro foi passear com três cadelinhas para a floresta e encontrou uma pessoa, em tempos muito importante e perguntou-lhe: “ó meu caro, você aqui? Respondeu o outro, “estou a fazer pela vida, sabe que, custa a todos e com 15 mil euros por mês a coisa dói, e se não é a minha sogra…”. E diz-lhe o senhor que era pobre e depois ficou rico: “o homem, faça como eu, peça à sua sogra que pague a alguém para apanhar as pinhas, é que com tanto agachamento ainda dá cabo das costas!!!”. Pois amigo, é verdade, não me chega preparar as aulas na universidade e ainda tenho de tirar os pinhões”. “Tome juízo”, retorquiu o senhor antes pobre e agora rico, “cá para os meus lados, venho passear a bicharada e depois embarco e livro-me das cadelas”. “Então?”, perguntou o senhor que foi importante. Respondeu a seguir o senhor que era pobre e depois ficou rico, “vou mudar de ares para um resort lá para os confins de África. Mas não diga nada a ninguém”. “Ando a pensar no mesmo mas a coisa não está fácil. Andam-me a morder nas canelas, os invejosos, por ser amigo de um banqueiro que antes sabia fazer contas e agora…veja bem, não se lembra de nada…e eu é que as apanho…”. Então o senhor que se tornou rico rematou, “ponha-se a caminho o mais rápido que puder. Eu explico: deixe as pinhas, compre os bilhetes para Londres, avise o pessoal de cá que vai às compras com a mulher, dê a morada da embaixada e depois…faça um longo curso. Ó homem, ninguém desconfia”. Foi o momento da despedida entre os ex-senhores importantes. Um rico e o outro mais ou menos. O senhor que ficou rico foi à sua vida. O mais ou menos pobre, apanhador de pinhas também. A conversa deu ânimo a ambos. Afinal não era apenas o senhor rico que andava aflito. O apanhador de pinhas e descascador de pinhões (obrigado pela sogra) também. Passados poucos dias, e com dinheiro a render nos ditos confins de África o senhor que ficou rico foi encontrado com um pijama pobre num resort longe do Soweto. Foi levado numa carrinha muito velha para uma casa grande, com muita gente. Pessoas boas, muitas que “mexeram” sem querer na caixa das esmolas da Igreja Matriz de uma cidade chamada Durban. E agora o senhor rico faz voluntariado nessa casa grande cheia dessas boas pessoas. Quanto ao apanhador de pinhas continua na casita da sogra a descascar “voluntariamente” pinhões com a GNR à porta, não julgue ele que pode “mexer” sem querer nas pinhas do vizinho.
Vitória, vitória, acabou a história, por agora. É que falta saber se o senhor que é rico sai do voluntariado e se o senhor que apanhava pinhas e descascava os pinhões (na casa da sogra), entra…

29/12/2021
 

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