O texto do PSD-Oleiros, publicado na edição de 12 de dezembro é clarificador.
Sobre as competências legais da Assembleia Municipal e sobre o que delas pensa o seu líder de bancada, nem uma palavra. Como é possível que, perante a posição desse deputada municipal pondo em causa uma das mais significativas competências da Assembleia, não tenham nada a dizer? Quem cala consente e está confirmada a posição do PSD-Oleiros relativamente aos concursos, às contratações, aos orçamentos, etc. Preocupante e clarificador.
Sobre o encerramento do Serviço de Atendimento Permanente no Centro de Saúde, vamos esclarecer o que muitos não sabem e outros não querem que se saiba. Na Assembleia Municipal de 30 de dezembro de 2013, o grupo municipal Mais Oleiros apresentou um voto de protesto contra o encerramento daquele serviço. (Um voto destes de uma Assembleia Municipal é um trunfo importante numa negociação). Todos os elementos do PSD e o presidente da JF de Orvalho votaram contra. Embora dissessem que estavam contra aquela medida, não quiseram aprovar um voto de protesto, só por ter vindo da oposição. Estranha forma de estar na política!
Nesse dia, o senhor presidente da câmara afirmou que, não sendo uma boa medida política, “do ponto de vista médico era uma boa medida”. Referiu também algumas contrapartidas: consultas de especialidade (para as quais viriam doentes dos concelhos vizinhos) e uma unidade de dor no edifício de Centro de Saúde. Passados seis anos, onde está isso? E foi mesmo uma boa medida do ponto de vista médico? Ninguém acredita!
Diz também o PSD-Oleiros que o viveiro do Vale do Gato não traz pessoas para Oleiros. Sejamos sérios. Então, se o viveiro fosse reativado e se criassem, por exemplo, cinco postos de trabalho, isto não equivaleria a cinco pessoas, talvez mesmo a cinco famílias? Claro que, só por si, esta medida não basta. São necessárias muitas outras do género e, daí a nossa proposta de criação de uma incubadora de empresas.
Se este tipo de medidas não ajuda a fixar pessoas, o que dizer, então, das festas e festinhas que “abrilhantam” o concelho ao logo do ano? As atuações, a propósito de tudo e de nada, de empresas do género da Vivarte, quantas pessoas ajudam a fixar no concelho? E o (muito) dinheiro (público) que ganham é gasto ou investido no nosso concelho? É “isto”, no entendimento do PSD-Oleiros, que fixa pessoas no concelho?
O PSD-Oleiros chama “dislates” aos números que apresentámos sobre a perda de população e de alunos no concelho. Esta opinião só pode ser proferida por que não quer ver o que todos veem. A situação é tão dramática, que deveria merecer uma análise urgente e séria de todos, como aliás já propusemos várias vezes. Toda a gente diz baixinho o que nós dizemos em voz alta. O concelho está a definhar, as aldeias estão vazias, os novos vão-se embora, o futuro é sombrio. Toda a gente que cá vive pensa isto. Talvez alguns tenham medo (ou vergonha) de o dizer.
Estes três exemplos bastam, por ora, para repor alguma verdade. É pena que o PSD-Oleiros prefira lançar poeira no ar, em vez de debater seriamente os problemas com todos os que se preocupam com o desenvolvimento do concelho. Passar a culpa para os outros é fácil. Dizer que não temos propostas ou ideias é fácil, mas é falso. Leiam as atas da Assembleia e da Câmara Municipal e confirmem, com os vossos olhos, as dezenas de propostas construtivas que apresentámos ao longo dos anos. Depois, vejam quem fala verdade e tirem as vossas conclusões.
O vazio de ideias de que o PSD-Oleiros nos acusa, só pode ter sido dito ao espelho pelos próprios. Até dava vontade de rir se a situação deste concelho não fosse tão negativa.
No mesmo texto, são lançadas mais algumas mentiras, são feitas acusações disparatadas e são omitidos, como de costume, os assuntos sérios. Em suma, é assim o PSD-Oleiros e, infelizmente, o concelho está a ficar igual: empedernido, ultrapassado e cada vez mais atrasado em relação a outros.
É verdade que todo o interior perde população, mas nós perdemos mais. É certo que se criam poucas empresas no interior, mas aqui criam-se ainda menos. É certo que o bem-estar dos habitantes é fundamental e, neste campo, estamos de acordo com quase tudo o que tem sido feito. É certo que o município tem trabalho produzido, mas, na nossa opinião, privilegiando áreas que não trazem gente, nem progresso, nem perspetivas de futuro ao concelho.
Como diz o texto, a maioria dos oleirenses decidiu dar o voto ao PSD e é assim que funciona a democracia. Nada contra.
Quanto ao futuro, quem sabe? Na altura própria, cada um voltará a decidir pela sua cabeça. O que ninguém poderá dizer é que não houve uma alternativa válida.
O nosso papel na oposição tem sido de questionar, denunciar o que vai mal, enaltecer o que é bem feito e propor medidas concretas, tudo (e não apenas as vírgulas e os acentos) com seriedade e com rigor. E assim vai continuar.
Boas festas para todos.

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