NOVO LIVRO DO POETA ALBICASTRENSE ACABA DE SER EDITADO
Poesia de António Salvado dá sentido ao Natal
O Natal aproxima-se rapidamente e está a chegar a época do celebrar das mais diversas formas. E porque não com poesia, pode perguntar-se, principalmente se esta for do poeta António Salvado. É que a mais recente obra do poeta Albicastrense, intitulada Poemas de Natal acaba de ser editada, tratando-se de um livro no qual, como é adiantado na sua introdução, reúne um conjunto de poemas alusivos ao Natal, sendo “alguns publicados em livros do autor; outros em periódicos; e um ou outro inéditos”.
A nova obra de António Salvado é uma verdadeira prenda de Natal que, como o autor realça, “é uma edição bastante limitada”.
Poemas de Natal, que tem o patrocínio do Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB), é editado na sequência da sessão-recital Já leram a poesia de Natal de António Salvado, que foi organizada pelo Grupo de Amigos da Poesia de António Salvado, dia 30 de novembro, na Biblioteca Municipal de Castelo Branco, pois, como explica António Salvado, “em boa verdade teve-se em mente a realização de um recital. Como havia um recital, porque não juntar os poemas e levar a efeito este livro”, que foi entregue a quem assistiu ao encontro.
Focado na nova obra António Salvado revela que “o Natal é algo que desde a minha mais profunda infância teve sempre em mim um significado muito especial e, consequência disso, continuo a viver esta época de Natal como um pedaço do meu coração que vibra”. Assim, continua, “considerando não só poemas publicados em obras minhas, mas também em periódicos e possuindo inclusivamente alguns poemas inéditos, ocorreu-me a ideia de selecionar essa razoável quantidade e proceder à edição de um livro que não é grande, nem pequeno”.
O poeta afirma que “é um livrinho que, evidentemente, está cheio desse sentimento respeitante ao Natal, a que me referi e, já agora, é curioso que nesta temática tão rica do Natal e que os poemas do livrinho materializam, há uma diversidade de dicção, digamos, que vai do poema que afirma uma crença muito profunda, até a um Natal que se presta a críticas muito exatas de caráter até social”.
A título de exemplo afirma que “há um poema que é dedicado, ou melhor, que é em memória daqueles que morreram em Pedrógão Grande, nos incêndios”, confessando que “é, talvez, o que eu mais gosto. Tem um significado, pois, com tudo o que ardeu, o Menino nem tem madeira para a manjedoura. Mas há também aquele em que o Menino decide ir nascer com os sem abrigo”.
Poemas que, garante, “refletem laivos de crítica social, porque, ao fim e ao cabo, e infelizmente, há sempre dois natais. O Natal da Consoada, da alegria, das prendas, do comércio e outro Natal que, por vezes, e para muitos, infelizmente, é um Natal muito infeliz”.
Perante estas considerações, realça, “tenhamos esperança que o futuro possa tirar um pouco de um lado, para colocar no outro, pois acho que o Menino gostaria de ver esse equilíbrio”.
Confrontado com as diferenças entre o Natal atual e o da sua infância, António Salvado assegura que “é um Natal profundamente diferente dos tempos de meninice. Ainda sou do tempo que o Natal se revestia de mistério, o que lhe dava grandeza. Aguardavam-se as prendas, ou melhor prendinhas, porque o dinheiro não dava para mais. Havia o Presépio com muito carinho, para o qual ia apanhar musgo à fazenda do meu avô e ignorávamos o que era a árvore de Natal, pelo menos por aqui”.
Nessa altura, sublinha, “era uma noite cheia de sortilégios, com o jantar e comiam-se as filhós. Depois aguardava-se pela Missa do Galo, à qual era fundamental assistir”.
Por outro lado, António Salvado garante que “havia um sentido de grande solidariedade, não só com a família, mas, também, com outras pessoas. Era uma época verdadeiramente alegre”.