Maria João Guardado Moreira, da Escola Superior de Educação (ESE) de Castelo Branco, e Vítor Pinheira, da Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias (ESALD) de Castelo Branco, apresentaram, na passada sexta-feira, na Junta de Freguesia de Castelo Branco, os resultados dos questionários realizados à população no âmbito do projeto PerSoParAge (Recursos pessoais e sociais para a autonomia e participação social numa sociedade envelhecida).
Recorde-se que o projeto “contextualiza-se na análise da territorialização do envelhecimento, ou seja, como os territórios e os seus recursos humanos e materiais respondem ao envelhecimento da sua população e às suas problemáticas e necessidades, atuais e futuras”.
De referir, também, que “o seu objetivo principal consiste em desenvolver propostas e ferramentas de análise e intervenção que respondam aos desafios das regiões do Interior de Portugal, regiões marcadas por elevados índices de dependência e de envelhecimento, partindo de uma avaliação do território, realizada em concelhos rurais e urbanos dos distritos de Castelo Branco, Guarda e Portalegre. Incorpora também o desenvolvimento de ferramentas baseadas em Sistemas de Informação Geográfica que permitem uma análise dos recursos e sua adequação às necessidades das populações e municípios. Tem ainda uma componente de avaliação do conhecimento, utilização e potencial das Tecnologias de Informação e Comunicação pelas pessoas mais velhas das regiões estudadas”.
No decorrer do projeto, que é liderado pelo Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) e conta com a parceria dos institutos politécnicos de Portalegre, Guarda e Bragança e da Câmara e da Junta de Freguesia de Castelo Branco, foram entrevistados 167 residentes no Concelho de Castelo Branco, com idades compreendidas entre os 55 e os 96 anos. Nestas entrevistas obtiveram-se dados sobre os recursos pessoais, sociais, económicos e de saúde, bem como sobre a utilização de diversos serviços e foram identificadas as necessidades e expectativas dos idosos e futuros idosos sobre o envelhecimento.
No decorrer da apresentação foi relembrado que “o estudo foi iniciado há cerca de dois anos”, consistindo em dois questionários, sendo um para pessoas dos 55 aos 64 anos e outros para as que têm mais de 65 anos.
Os questionários permitiram a recolha dos elementos que agora foram apresentados, compreendendo a caracterização dos inquiridos, em áreas como as habilitações literárias, a rede informal, os recursos sociais, a situação económica, a habitação e a utilização de recursos de saúde, entre outros.
Dados que, futuramente, estarão na origem de propostas para que o futuro do envelhecimento em Castelo Branco corresponda ás necessidades e expectativas da população.
Entre outros pontos foi referido que os questionários revelam que os inquiridos têm como preocupação o isolamento, a solidão, mas não só pois, também há preocupações relacionadas com questões da saúde e aspetos ligados à família.
Foi igualmente revelado que “quando perguntamos às pessoas onde querem envelhecer, as pessoas de idade dizem que o querem fazer em casa. A opção por uma instituição fica entre os zero e os três por cento”.

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