O Bloco de Esquerda (BE) afirma, em comunicado, estar preocupado com o projeto do Regadio a Sul da Gardunha.
Os bloquistas recordam que “nos últimos dias tem sido notícia o projeto do regadio no Sul da Gardunha alimentado por três pontos de água: Serra da Gardunha, Regadio da Cova da Beira e a Barragem da Marateca. O projeto é desenvolvido pelos municípios do Fundão e de Castelo Branco e terá um valor aproximadamente de 15 milhões de euros nesta primeira fase, porque o valor total da obra será de 60 milhões de euros. É de conhecimento público que o projeto de regadio abrange dois mil hectares, mil em cada concelho. A candidatura terá, nesta primeira fase de 15 milhões, 100 por cento de financiamento comunitário”.
De acordo com o Bloco o projeto “levanta-nos algumas preocupações, nomeadamente na Albufeira de Santa Águeda, porque a capacidade de armazenamento da albufeira é de 34,2 hectómetros cúbicos e o consumo anual de água do Concelho de Castelo Branco é de 6,5 hectómetros cúbicos. O consumo anual previsto para o regadio é oito hectómetros cúbicos”.
Os bloquistas acrescentam que “lamentamos que seja feito mais um ataque à Barragem da Marateca, porque o ordenamento da zona procura conciliar a conservação dos valores ambientais e ecológicos, principalmente a preservação da qualidade da água” avançam que “também é de salientar que a Barragem nunca teve como objetivo alimentar o regadio. Ainda desconhecemos a localização exata do regadio do Sul da Gardunha, mas é completamente claro o aumento do consumo de água, pelo que poderá afetar as reservas de água para consumo humano. Também desconhecemos que tipo de culturas serão admitidas”.
Por tudo isto é adiantado que os núcleos concelhios do Fundão e de Castelo Branco do Bloco”avançaram com pedidos de documentação às respetivas câmaras, com o objetivo de analisar o protocolo assinado entre os dois municípios, tal como a candidatura para o financiamento do projeto. Este é mais um projeto que nos levanta sérias dúvidas e preocupações. Não apagamos as alterações climáticas construindo mais regadio para assim, possivelmente, promover monoculturas intensivas. Todas estas dúvidas também se levantam, porque o projeto não mereceu uma discussão pública, assim o decidiram as autarquias envolvidas”.

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