António Tavares
Editorial
A ameaça do Hospital Amato Lusitano (HAL) de Castelo Branco perder a Maternidade já não é nova. Na realidade, já há vários anos que a perda deste serviço na capital do Distrito de Castelo Branco tem vindo a ser abordada, mas, felizmente, nunca concretizada.
Agora, um novo e forte alerta acaba de ser lançado pelo Sindicato dos Médicos da Zona Centro (SMZC), que depois de se ter deslocado ao HAL, na passada sexta-feira, 15 de novembro, para visitar o Serviço de Ginecologia/Obstetrícia, afirma que a Maternidade Albicastrense “está em situação de rutura e em risco de encerramento eminente”.
Este é mais um sério aviso, que se espera que não passe disso, uma vez que esta seria uma colossal machadada na prestação de serviços de saúde, tanto mais que está em causa um serviço numa capital de distrito, bem em como em toda a área de influência da Unidade Local de Saúde de Castelo Branco (ULSCB).
É fácil imaginar o caos e a degradação que simboliza a possibilidade das grávidas desta zona do Distrito terem de fazer quilómetros, para dar à luz. Mas, apesar desta ser uma perspetiva no mínimo surreal, pode ser bem real, porque, invariável e insistentemente o Interior, na vez de ser ajudado a ultrapassar as dificuldades que enfrenta, é esquecido. Resta, por isso, a capacidade de resiliência, a reivindicação e o direito à indignação que se espera surja da parte da população que, por seu lado, deverá esperar o apoio dos políticos locais.
Tudo isto, num período em que também se ficou a saber que Castelo Branco também perdeu a Secretaria de Estado da Valorização do Interior, que foi instalada na cidade em outubro do ano passado. Ou seja, passado pouco mais de um ano, a cidade e a Região, perdem algo que poderia proporcionar uma diferenciação positiva, nunca se saberá, pois a verdade é que nem deu para aquecer o lugar.