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20 de novembro de 2019

PALESTRA ORIENTADA PELA REAL ASSOCIAÇÃO DA BEIRA INTERIOR
O que viu, em 1510, Duarte D’Armas em Castelo Branco

A Real Associação da Beira Interior, com o apoio da Junta de Freguesia de Castelo Branco, organizou, dia 8 de novembro, na sede da autarquia, uma palestra subordinada ao tema O que viu em 1509, Duarte de Armas, que teve como orador Júlio Vaz de Carvalho, que nasceu em Castelo Branco, perto da zona do Castelo e desde há 20 anos que se interessa pelos castelos medievais.
Em relação ao Castelo de Castelo Branco, este não chegou a ser reconstruído como foram alguns nas restantes localidades de Portugal.
Pouco se sabe de Duarte de Armas, que era filho de Rui de Veiros de Santarém, era de origem moçárabe, era armeiro-mor, serviu a corte do Rei Dom Manuel I e terá deixado descendência na ilha do Corvo, Açores, que a mando D’El-Rei recebeu ordens para fazer o levantamento dos castelos da Raia Portuguesa. Damião de Góis faz referência a Duarte de Armas nas Crónicas D’ El-Rei Dom Manuel I.
No Reinado de Dom Manuel I, Século XVI, Portugal estava num grande período de expansão, no entanto, o Reino de Castela e Leão (1492 Reino de Espanha), estava num período expansionista mais lento em relação ao Reino de Portugal, pois só no final do Século XV foi conquistado o Reino Muçulmano de Granada. Já há cerca de 500 anos havia a preocupação com o esvaziamento do Interior de Portugal Continental, portanto o Rei Dom Manuel I contratou o seu armeiro-mor para fazer um levantamento de todos os castelos da Raia.
O que tem preocupado os historiadores, nomeadamente Alves Dias, é o facto de Duarte de Armas ter feito o levantamento de todos os castelos da Raia, num período muito curto de um a dois anos, o que era muito difícil para a época, tanto mais que implicava uma viagem a cavalo de cerca de 900 quilómetros. Por se considera que o mais provável é que Duarte de Armas, a mando D’El-Rei Dom Manuel I, tenha pedido aos responsáveis dos castelos para lhe enviarem o desenho da fortaleza e o seu inventário.
Existem dois códex sobre o trabalho de Duarte de Armas, um está em Espanha e outro em Portugal, sendo que o códex mais completo é o Português.
Durante a palestra falou-se do Castelo de Castelo Branco, referindo-se às medidas da época, a vara de 1,05 metros, a alcáçova, a muralha defensiva, o palácio dos alcaides, a torre de menagem, as portas e a muralha defensiva.
Três situações têm de ser desmistificadas por serem repetidamente apresentadas como “verdades”.
A primeira é que o que resta do castelo do Século XVI apresenta dois torreões, que há mais de um século são designadas, recorrentemente, torre de menagem ou torre dos templários. Ora a torre de menagem, hexagonal irregular, desapareceu nas primeiras décadas do Século XX e dela só existirão as fundações, escondidas no subsolo, carecendo de confirmação através de sondagens arqueológicas. As duas torres existentes, uma é de conceção românica e trata-se de um torreão flanqueante, enquanto aquele que serve de ex-libris da cidade, mais não é que um torreão adossado ao antigo Paço dos Alcaides. Este último, aliás, não tem a configuração que tinha, antes do restauro do final da década de 40 do século passado.
Por outro lado, ao contrário do que é repetidamente dito, nem o castelo nem a antiga vila, depois cidade, foram alguma vez inexpugnáveis. A prová-lo está o facto de não serem conhecidas batalhas ou cercos em Castelo Branco e urbe e fortaleza terem sido facilmente invadidas durante a anexação de Portugal pelo Reino de Espanha, no Século XVI, mais tarde, nos séculos XII e XVIII, durante as guerras da Restauração, Sucessão de Espanha e, finalmente, durante as invasões francesas, já no Século XIX.
A terceira situação é que o castelo é denominado dos Templários, de forma errada já que são poucas as estruturas que estão à vista no que restou da fortaleza. A maioria dos vestígios do castelo templário aguarda no subsolo serem estudados pela arqueologia. O atual castelo é o pouco que resta da fortaleza quinhentista imortalizada por Duarte D’Armas.
Na palestra foi referido que a razão da existência do Castelo de Castelo Branco, quando já existiam mais de 20 fortalezas, quando foi fundada a vila de Castelo Branco, no Século XIII, deve-se, talvez, mais ao facto de se ter ali instalado um importante ponto de gestão Administrativa e Militar da Ordem do Templo, mantendo Tomar como a sede espiritual, já que D. Frei Pedro Alvares Alvito foi Mestre Provincial, simultaneamente, nos reinos de Portugal, Leão e Castela. Assim, a reunião dos seus subordinados dos reinos vizinhos, teriam maior facilidade de rapidamente se reunirem ao serem convocados, além de estar mais próximo dos mesmos, o que não aconteceria em Tomar. Recorde-se que, pelo menos nove Capítulos Gerais da Ordem dos Templários, nos últimos 100 anos da sua existência, realizaram-se em Castelo Branco.

20/11/2019
 

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