António Tavares
Editorial
A construção da Barragem do Alvito está de novo na ordem do dia. O projeto, que tem as suas origens em meados do século passado, no decorrer da ditadura Salazarista, volta, agora, a ter a possibilidade de se tornar uma realidade, a avaliar pelas palavras do ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, que considera fundamental a construção de uma barragem no Rio Ocreza, com a finalidade de regularizar os caudais do Rio Tejo, a partir de Portugal, e não a partir de Espanha, como acontece atualmente, com as consequências daí resultantes e que estão à vista de todos. Ou seja, um Rio Tejo com um caudal reduzido e quase inexistente, em certos locais, o que, aliás, acontece com dois dos seus afluentes, os rios Ponsul e Sever.
Mas, e há que vincá-lo, esta é apenas uma possibilidade do velho sonho da construção da Barragem do Alvito se concretizar. Tudo, porque no que respeita a esta infraestrutura, nada como ver para crer, porque de promessas, com avanços e recuos sucessivos já a Barragem do Alvito está bem servida. O mesmo é dizer que as populações que serão beneficiadas pela Barragem do Alvito, que são as dos concelhos de Castelo Branco e de Vila Velha de Ródão, certamente só acreditarão quando de facto a Barragem estiver construída e com a sua albufeira a ganhar forma.
Do que não resta a menor dúvida é que a Barragem do Alvito é realmente importante para a Região, nas vertentes ambiental e económica, com o Governo a ter aqui a possibilidade de provar que está verdadeiramente interessada no desenvolvimento do Interior, mas, para isso, como o passado já o provou, é necessário deixar de lado disputas políticas e interesses económicos que só interessam a alguns.