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23 de outubro de 2019

Fernando Raposo
NO RESCALDO DAS ELEIÇÕES

À medida que a noite avançava e os votos eram contados, os resultados das últimas eleições iam-se acomodando, ainda que a conta-gotas, às primeiras projecções.
O PS ganhara as eleições, mas não com maioria absoluta e o PSD perdera-as, e por muito!
Rui Rio ainda alimentara a esperança de as ganhar, mas muitos, os desavindos, ter-lhe-ão virado as costas.
Antes, Rio limpara-os das listas, quase que à vassourada, como se de infiéis se tratassem. Aquele puxara o partido mais para o centro e estes, os seguidores e apóstolos de Passos, queriam-no amarrado à direita mais liberal e que fizera caminho ao tempo da Troika.
O povo ainda guarda memória desse período. Difícil para a generalidade dos portugueses.
Com António Costa, timoneiro da Geringonça, o país voltou a ter esperança.
E foi também por isto, pela percepção do povo de que havia outro caminho, que não o seguido durante a Troika, que o PS ganhou as eleições.
Não creio, ao contrário de alguns, que a vitória do Partido Socialista, seja a expressão do reconhecimento da solução de governo adoptada. Que o diga Carlos César que os “lisonjeou” (Bloco, PCP e Verdes), parceiros da geringonça, de empecilhos.
Se assim fosse, a CDU, de Jerónimo de Sousa, não teria sido fustigada nas eleições, perdendo, relativamente a 2015, 112 482 votos e 5 mandatos e o Bloco de Esquerda, de Catarina Martins, teria melhorado a sua votação e aumentado até o número de mandatos.
O Partido Socialista, foi o único a capitalizar os ganhos da Geringonça. Foi por ela, ou por causa dela, que o país está agora melhor e António Costa se afirmou como 1º ministro e líder do partido. Não tivesse ocorrido esta solução e hoje, certamente, tudo seria diferente.
Daí que os parceiros da Geringonça devessem, talvez, ter sido melhor recompensados nas eleições e agora teriam outra capacidade de influência junto do governo.
Embora agora mais aliviado das eventuais “pressões” do Bloco e da CDU, o Governo do PS terá um caminho mais difícil, e até mais ambíguo do ponto de vista ideológico, dada a dispersão de mandatos por mais partidos.
Qualquer solução à esquerda, precisará sempre do Bloco ou da CDU, já que só os mandatos do PAN e do LIVRE não são suficientes para a maioria absoluta. Claro que haverá outras soluções à esquerda, se o Bloco e/ou a CDU se abstiverem.
Se o PS desejasse, ideologicamente, uma governação mais orientada à esquerda, o compromisso assinado, pelo menos com o Bloco, garantir-lhe-ia maior estabilidade no exercício do mandato.
Mas o Partido Socialista não pode, sob pena de perder grande parte do seu eleitorado que se situa mais ao centro e é também mais flutuante. E também não quer ficar refém dos partidos à sua esquerda, porque estes comprometeriam as reformas julgadas estruturantes para o país, tendo em conta o modelo de sociedade desejado pelos socialistas e também pelos sociais-democratas.
Que reformas seriam possíveis com a esquerda? Na saúde, na educação, na defesa, na administração pública, na segurança social, etc. Muito dificilmente seria possível construir consenso. Tome-se como exemplo a Lei de Bases da Saúde, em que a questão das parcerias público-privadas, entre outras, foi “empurrada com a barriga para a frente”.
Talvez António Costa conte, ainda como hipótese muito remota, com a disponibilidade de cooperação de Rui Rio para garantir a estabilidade do seu governo e a as reformas que ambos julguem estruturantes. E aqui o PSD bastaria abster-se.
Tudo dependerá da manutenção, ou não, de Rui Rio como líder do PSD..

23/10/2019
 

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