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23 de outubro de 2019

João Belém
MATEMÁTICA E MAGIA

A matemática não mente. Mente quem faz mau uso dela
Albert Einstein

A relação entre a matemática e a magia pode parecer-nos recente, mas está documentado que ela remonta a 500 anos. Sem ir mais longe, o primeiro livro em que se fala de um truque de magia com cartas foi escrito por um matemático de nome Luca Pacioli. Ele e o seu discípulo e amigo Leonardo da Vinci escreveram um tratado que hoje poderíamos classificar como matemática recreativa. Trata-se do De viribus quantitatis (“Sobre o poder dos números”, 1496-1508). Tanto Luca como Leonardo eram entusiastas da magia, do entretenimento e dos quebra-cabeças lógicos. A Álgebra era algo de mágico, surpreendente, que permitia resolver problemas de um modo sistemático e simples.
Hoje, os progressos matemáticos continuam a parecer-nos mágicos: fazer pagamentos através de um telemóvel, que, além do mais, nos permite aceder ao nosso correio eletrónico ou a uma magnífica base de dados como é a World Wide Web, parece algo de incrível.
Aproveito para vos lembrar que o autor de ficção científica Arthur C. Clarke, que, apesar de ter estudado matemática e física, continua a ser mais conhecido pela sua obra literária, enunciou três leis relacionadas com a ciência e os seus progressos:
1. Quando um cientista eminente, mas idoso, afirma que algo é possível, é quase certo que tem razão. Quando afirma que algo é impossível, muito provavelmente está enganado.
2. A única maneira de descobrir os limites do possível é a aventurarmo-nos um pouco mais além, até ao impossível.
3. Toda a tecnologia suficientemente avançada é indistinguível da magia.

Analisando a terceira lei verificamos que a magia sempre utilizou a tecnologia e se posicionou perto da fronteira do conhecimento científico: os mágicos procuram surpreender; necessitam de usar ideias, objetos, técnicas e mecanismos que não sejam conhecidos do grande público e podem encontrar tudo isto quando estão em contacto com os investigadores.
Não é por acaso que os neurocientistas estudam os métodos utilizados pelos mágicos na ilusão. Estes servem precisamente a estes cientistas como uma fonte de exemplos em que a perceção não se produz de forma esperada.
A importância destas experiências será semelhante à importância dos contraexemplos em matemática. Portanto, a magia tem uma ampla relação com as ciências, não só com a matemática ou a física, como também com as ciências que neste momento se estão a desenvolver.
Os truques matemáticos são excelentes para os que se iniciam no mundo da magia, porque enquanto os resolvem não têm de se preocupar com a destreza manual, pois os truques funcionam por si mesmos e permitem ao neófito concentrar-se na apresentação do truque: como vai atrair a atenção do espectador; como vai camuflar a matemática subjacente ao truque, como vai conseguir jogar com as emoções do público, aquilo que, em suma é o que se pretende com um espetáculo de magia.
Poderemos assim abordar as maravilhas da matemática através de uma disciplina artística como o é a magia.
Estou verdadeiramente convencido de que só nunca gostou de matemática quem nunca foi introduzido no mundo da matemática recreativa.
Acho que devemos tentar …………

23/10/2019
 

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