Albicastrenses interrompem tratamento por falta de medicamentos nas farmácias
A Associação Nacional de Farmácias realça, com base numa sondagem realizada pelo Centro de Estudos e Avaliação em Saúde (CEFAR), que no último ano, no Distrito de Castelo Branco, mais de metade dos utentes, 56,60 por cento, enfrentaram algum tipo de indisponibilidade de medicamentos. Destes, 24,75 por cento recorreram a uma nova consulta para obter o medicamento disponível e 6,60 por cento tiveram mesmo de parar o tratamento.
Segundo é adiantado os resultados de Castelo Branco surgem acima da média nacional, em que 52,20 por cento, declararam dificuldades no acesso à medicação prescrita.
Na análise, as regiões mais desertificadas e economicamente mais desfavorecidas do Interior do País são as que registam mais ocorrências deste tipo. Nos distritos de Beja e Guarda a percentagem chega quase aos 70 por cento, sendo de 68,22 e 67,30 por cento, respetivamente.
O mesmo estudo conclui que a falta de medicamentos nunca afetou tanto os portugueses, uma vez que 3,4 milhões depararam-se com este problema e 3,71 milhões, 5,70 por cento, foram forçados a interromper a terapêutica.
A indisponibilidade de medicamentos levou ainda 1,4 milhões, 21,50 por cento, de utentes a recorrer a consulta médica para alterar a prescrição. O recurso a estas consultas causou elevados custos quer para o sistema de saúde, entre 35,3 milhões de euros a 43,8 milhões, quer para o utente, entre 2,1 milhões de euros a 4,4 milhões de euros.
Os inquéritos para o relatório sobre o Impacto da Indisponibilidade do Medicamento no Cidadão e no Sistema de Saúde, da CEFAR, foram realizados na primeira semana de abril deste ano e contaram com a participação dos utentes de 2.097 farmácias em Portugal.