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1 de maio de 2019

NAS COMEMORAÇÕES DOS 45 ANOS DO 25 DE ABRIL
Luís Correia denuncia política que “visa paralisar o presidente da Câmara e o executivo camarário”

A Revolução dos Cravos foi mais uma vez comemorada no Salão Nobre da Câmara de Castelo Branco, com a tradicional sessão extraordinária da Assembleia Municipal.
No dia em que se comemoraram os 45 anos do 25 de Abril de 1974, o presidente da Câmara de Castelo Branco, Luís Correia, fez uma intervenção “assumidamente marcada pela dualidade de sentimentos. Por um lado, esperançado num futuro melhor, sonhado pela Revolução que restabeleceu a Liberdade e restaurou a Democracia. Por outro lado, apreensivo, pelo rumo nem sempre auspicioso, nem sempre claro, nem sempre evidente para o País e para os Portugueses”.
Para o autarca “é unânime o reconhecimento da importância do Poder Local na concretização dos desígnios de abril, nomeadamente na Democratização e no Desenvolvimento do nosso País” e sublinhou que “o Concelho de Castelo Branco é um bom exemplo do caminho feito e das melhorias na qualidade de vida alcançadas nestes 45 anos”.
Tudo para mais à frente realçar que “em Castelo Branco, o Poder Local e, especificamente, a Câmara honram os desígnios de abril porque todos os dias, com sentido de missão e respeito pelo interesse público, trabalhamos por uma comunidade socialmente mais justa, uma economia mais dinâmica, uma qualidade de vida crescente, uma população realizada e com verdadeiro sentido de pertença. Um esforço que tem sido repetidamente reconhecido pelos albicastrenses nas urnas, mas que uns poucos se esforçam por minimizar e denegrir”.
Luís Correia, no dia em que se comemorou a Democracia, fez questão de condenar o clima de suspeição que alguns procuram lançar e disseminar e que corrói a Democracia” e realçou que “vivemos tempos perigosos. Na verdade, vivemos um tempo dominado pelas falsas notícias, pelas sucessivas tentativas de manipulação, pelos fins sem olhar aos meios, pelo pensamento individual ou de grupos restritos sem olhar ao interesse coletivo” e concluir que “não é assim que se fortalece a Democracia”.
Democracia que também não é fortalecida, quando “vivemos um tempo em que as ideologias parecem moribundas; um tempo em que se faz política primária, em que se acusa primeiro e pergunta depois, sem que ninguém pareça interessado num valor primordial, a verdade; um tempo de acusações fáceis, à beira da verborreia verbal; um tempo de insinuações permanentes, de gente que lança a pedra e esconde a mão; um tempo em que partidos optam por não assumir o seu pensamento e mandam a sua juventude dar a cara”.
O autarca acrescentou ainda que “vivemos um tempo em que pouco interessa o investimento que se faz, as condições que se criam, os apoios que se atribuem, as parcerias que se estabelecem. Vivemos um tempo em que pouco importa o muito que se fez na requalifi-cação urbana, para alguns o que interessa é divulgar e valorizar o buraco à sua porta; vivemos um tempo em que pouco importa a criação de espaços verdes ou a implementação de medidas de adaptação às condições climáticas, o que se valoriza é a erva no meu passeio; vivemos um tempo em que pouco importa se o investimento e trabalho da autarquia está a mudar a cidade, o Concelho e, mais do que isso, a mudar vivências e mentalidades, o que importa é um permanente exercício de maledicência, no qual se gastará todo o tempo e energia necessários a fazer passar a ideia de que, por aqui, nada de novo acontece; vivemos um tempo em que pouco importa a realidade, que importa é a realidade virtual promovidas nas redes sociais”.
Tudo isto apara assegurar que “não é assim que se defende a Democracia e hoje, cada vez mais, é preciso defender a Democracia”.
Luís Correia, num tom crítico, realçou que “nos últimos meses temos assistido a uma sucessão de pretensos casos que têm um denominador comum, lançar a suspeição primeiro e, eventualmente, apurar a verdade depois. Pelo meio fica um longo e árido caminho de desinformação, acusações, manipulação e suspeitas. Deixámos de discutir ideias para passarmos a discutir casos. E nesta voragem, os dias sucedem-se aos dias, com evidente prejuízo para a nossa comunidade, para todos os Albicastrenses, para a imagem e credibilidade do Concelho”.
Assegura, por isso, que “estamos perante uma forma de fazer política de forma básica, primária, que prejudica a comunidade e o território e invalida o trabalho válido. É uma espécie de política de terra queimada, que serve apenas meros interesses individuais e absolutamente conjun-turais, que através da pressão pública e publicada visa paralisar o presidente da Câmara Municipal e o executivo camarário e condicionar o trabalho desenvolvido em prol dos Albicas-trenses”, concluindo que “não contem comigo para isso” e acrescenta que “convido a nossa comunidade, convido cada um dos Albicastrenses à reflexão. É um apelo que deixo. Que cada um de nós reflita de forma séria, detalhada, rigorosa sobre o que está a acontecer no nosso Concelho. Que cada um de nós reflita sobre o que tem sido a prática política nos últimos meses, no último ano, no nosso Concelho. Que cada um de nós reflita sobre o que esta prática tem trazido à nossa comunidade, ao Concelho, a todos e cada um dos Albicastrenses”.

O 25 de abril
e o Poder Local
Na abertura da sessão, o presidente da Assembleia, Arnaldo Brás, referiu que “ano após ano vivemos este ritual” e recordou que “certamente todos nos lembramos dos três objetivos do Movimento das Forças armadas (MFA), que eram Democracia, Descolonização e Desenvolvimento”.
Depois de destacar o que muito mudou nestas mais de quatro décadas, Arnaldo Brás não deixou de frisar que, mesmo assim, “temos um país que ainda tem e terá sempre vul-nerabilidades”, sublinhando, por exemplo, “que temos u país que permite que as redes sociais sejam invadidas por perfis falsos”, apontando o dedo ao facto de isto ser usado para “denegrir pessoas e instituições”.
Mas não só, pois também “temos um país em que existe violência obre mulheres, o que nos envergonha”.
Por estes e outros motivos que enumerou, Arnaldo Brás defende que “temos que continuar a lutar, para ter um país mais justo” e garantiu que, “hoje, já não é precisa uma revolução nas ruas. É precisa uma revolução em cada um de nós. Façamo-la”.
Já Francisco Oliveira Martins, da bancada do CDS/PP, afirmou que “após os primeiros tempos de euforia, nem tudo foram rosas”, recordando o 11 de março, o 25 de novembro e o Processo Revolucionário em Curso (PREC), para mais à frente afirmar que, “hoje, a democracia está consolidada e queremos viver em liberdade”.
Francisco Oliveira Martins realçou que é importante “melhorar a vida deste Interior, que queremos cada vez mais próspero” e ao falar sobre os políticos e a política avançou que “não basta encher a boca de democracia e de liberdade. É preciso praticá-lo no dia a dia”, ao mesmo tempo que defende que “é necessário chamara mais os jovens para assumir responsabilidades políticas no futuro” e sublinhou ainda que “está na hora de ouvir a juventude”.
Por seu lado, João Pedro Delgado, da Coligação Democrática Unitária (CDU), afirmou que “após 45 anos o País vive algum crescimento”. Tudo, para defender que “importa que este atual fulgor económico e social permita um mais justo dividir dos rendimentos”, porque “isto é resultado do esforço de milhares de Portugueses. Não pode ir parar a meia dúzia de contas bancárias”.
João Pedro Delgado frisou ainda que “por aqui, pelo Interior, temos uma crise séria”, enunciando, entre outros problemas, “a desertificação e a perda de qualidade de vida” e avançou que tal “não se sente em Lisboa”. Daí, defender que “é urgente uma rutura da atitude Lisboa em relação ao Interior, para termos um território integralmente desenvolvido”.
Da bancada do Bloco de Esquerda (BE), José Ribeiro começou por relembrar um poema de Sérgio Godinho, para de seguida denunciar “a violência doméstica e contra as mulheres, as pessoas com deficiência que são alvo de discriminação, os reformados e seniores, que constituem uma parte significativa dos pobres em Portugal”, argumentando que “o envelhecimento não pode ser um massacre e não pode ser um sofrimento”.
Mas a lista não acabou por aqui, uma vez que também apontou o dedo “ao fecho de serviço de proximidade, aos transportes inadequados, à aplicação da justiça de forma diferenciada em relação a alguns setores da sociedade e à ausência de políticas que protejam os nossos recursos naturais”.
Em dia de comemoração da Revolução dos Cravos, para Emília Pina, do Partido Social Democrata (PSD), “celebrar os ideais de abril é refletir sobre o antes e o depois”, sendo que “Portugal e o Mundo é hoje bem diferente do que conduziu à revolução de abril de 1974”.
Emília Pina é da opinião que, “hoje, os desafios são cada vez maiores e há que combater, de forma estrutu-rada, as assimetrias do País”, não perdendo a oportunidade de se referir ao problema da desertificação e concluir que “há que repensar estratégias, inverter rumos, para atrair investimento”.
Da bancada do Partido Socialista (PS), André Gonçalves, afirmou começou por questionar “como aproveitamos o 25 de Abril, que democracia temos hoje”, para avançar que “há que fazer uma reflexão séria e objetiva do que pretendemos para o futuro”.
Com base nisso afirmou que passados 45 anos, “houve muitas mudanças, mas nem tudo foi feito” e considerou que “a democracia está numa fase critica”, dando como exemplo a abstenção nas eleições”.
De qualquer modo faz “um balanço positivo” dos 45 anos do 25 de Abril e concluiu que “o poder autárquico, o poder local, com a sua política de proximidade é aquele em que o 25 de Abril melhor se concretizou”.
António Tavares

01/05/2019
 

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