Foi há trinta anos que uma equipa jovem e ambiciosa, alimentada pela alma e saber fazer dos meus amigos Afonso Camões e Joaquim Duarte que este jornal saiu para a rua decidida a transformar o panorama da Imprensa da nossa região. Era uma época em que se vivia uma certa euforia na Comunicação Social com as televisões privadas já em processo de gestação e a um passo de alterar para sempre o panorama da televisão e particularmente da informação em Portugal. Foi o momento certo para que este projeto nascesse e rapidamente se impusesse como referência na informação regional e bastas vezes citada mesmo na Comunicação Social nacional.
Por isso foi de forma natural que cinco anos depois do nascimento, em 1994, o nosso jornal tivesse sido distinguido com o prestigiado prémio Gazeta para a Imprensa Regional.
Crescemos, fomos à luta, enfrentámos crises, vimos passar pelos palcos autárquicos do Distrito muitas personalidades que nos respeitaram pela independência, frontalidade e transparência. Neste percurso de 30 anos a Imprensa regional em geral tem enfrentado muitos escolhos que tornaram bem mais difícil a sua independência e ditaram em muitos casos o encerramento. Lembramos o fim do porte pago que implicou um acréscimo de custos mensais de muitas centenas de euros. Uma medida muito injusta para o jornalismo de proximidade que vai ao encontro das notícias da nossa rua, da nossa aldeia, da nossa cidade e que as leva às comunidades de emigrantes espalhadas por esse Mundo fora. E foi a crise económica que atravessou vários anos e encurtou os orçamentos publicitários até hoje. E finalmente foi a expansão do universo digital que habituou o leitor ao acesso a conteúdos gratuitos. Por tudo isto, é fácil perceber que a vida de um jornal não está fácil, perceção que também tem o presidente Marcelo e que ainda há muito pouco tempo o levou a pedir ao Governo a tomada urgente de medidas de apoio, no reconhecimento da importância para a democracia da existência de uma Imprensa livre e pluralista que faça frente às fake news, que são o cancro da democracia e o alimento do populismo.
E agora, nestes maduros trinta anos só nos resta agradecer a confiança que os leitores e os anunciantes têm depositado em nós.

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