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7 de novembro de 2018

Rei Wamba continua vivo em Vila Velha de Ródão

A Real Associação da Beira Interior, com apoio da Câmara de Vila Velha de Ródão, organizou, dia 17 de outubro, na Biblioteca Municipal Inspetor Batista Martins, em Vila Velha de Ródão, a palestra O Rei Wamba História e Imagem. Uma Leitura a partir da História de Arte proferida pelo historiador e arqueólogo Pedro Miguel Salvado.
O orador falou da forte ligação que tem com Vila Velha de Ródão e ao Concelho, onde recebeu os primeiros ensinamentos como ajudante de arqueólogo e onde começou a interessar-se pelo Rei Wamba, personagem que sempre fez parte do seu imaginário de criança e que o tem acompanhado como um dos seus objetos de estudo e de investigação académica.
“O Rei Wamba foi um monarca visigodo que reinou na Península Ibérica entre 672-680, ano em que foi exilado falecendo em 688. Foi uma personagem histórica que com o decorrer dos séculos ganhou um estatuto de figura lendária o que fez perdurar durante séculos a sua memória. É uma memória que remete para uma geografia que percorre vários locais onde viveu ou que reivindicam terem sido o seu local de nascimento como foi o caso, em Portugal de Idanha-a-Velha, mas outras localidades reclamam essa primícia. Procedemos já a esse inventário e podemos concluir que há uma paisagem wambiana peninsular que perdurou até hoje em vários suportes literários, artísticos, historiográficos e orais, eruditos e populares», afirmou Pedro Miguel Salvado.
A palestra percorreu alguns dos artistas e gravadores que desde o Século XIX até à atualidade e que representaram aspetos da vida e da efígie do antigo Rei, como o pintor espanhol Juan Antonio Ribera ou o artista de Vila Velha de Ródão João de Sena.
O Rei Wamba em Vila Velha de Ródão enraíza-se a uma lenda e a um local específico o castelo das Portas de Ródão. A lenda refere-se a uma traição e a uma maldição A Rainha Inês (esposa de Wamba) juntou-se ao rei mouro e viveu com ele no castelo do monarca muçulmano até ser capturada pelo marido. Os filhos julgaram a rainha adúltera e condenaram-na a ser lançada do Castelo do Rei Wamba. A lenda foi recolhida por vários autores como os etnógrafos Jaime Lopes Dias ou Paulo Caratão Soromenho, mas o palestrante destacou a exemplaridade com que Vila Velha de Ródão alimenta o imaginário wambiano tradicional «um fundo identitário em que a escolas e a comunidade se reveem».
Dos casos que estudou em Vila Velha de Ródão é exemplar pela reprodução e atualização cultural da lenda e do património. Há uma pedagogia e uma prática que têm sabido salvaguardar esse fundo. Para Pedro Miguel Salvado é fantástico saber que Wamba, personagem da Idade Média, continua a ser hoje um tema para excelentes poetas contemporâneos poetarem, como são os versos dos seus amigos Jaime Rocha e Margarida Vale Gato.
Pedro Miguel Salvado adiantou que está a ser organizado um colóquio, em Salamanca, Espanha, sobre a figura histórica, coordenado por ele.
Também em Castela e Leão, Espanha, está a ser estruturada uma rota de visitação aos locais referenciais da vida do Rei Wamba.
Durante o debate foi proposta a realização de dois monumentos escultóricos que reforçassem a sua ligação histórica e lendária a dois lugares da Beira, Vila Velha de Ródão e Idanha-a-Velha.
Aliás a Real Associação vai promover, brevemente, a palestra com o investigador Pedro Salvado Rei Wamba em Idanha-a-Velha o regresso ao berço, com apoio de Luís Duque Vieira.
Recorde-se que Pedro Salvado, em conjunto com Maria Adelaide Salvado, é autor da obra Rei Wamba. Espaço e memória, que mereceu a atribuição dos prémios de investigação histórica Rodrigues Cardoso e Prémio Monografia da Sociedade de História de Independência de Portugal.

07/11/2018
 

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