O Sertanense não teve argumentos para passar a eliminatória da taça de Portugal, num jogo em que se pode dizer que o Benfica reduziu a metade do campo a ambição do Sertanense, ou seja, soube descomplicar a partida.
O momento da noite pertenceu a Gedson; a equipa da Luz ultrapassou com tranquilidade a terceira eliminatória da Taça de Portugal. Jonas voltou aos golos. Mesmo aproveitando o trampolim mediático da Taça de Portugal, o Sertanense não se agigantou o suficiente.
Por outro lado, o Benfica também não baixou assim tanto os níveis de qualidade. Assim, a lei do mais forte acabou por imperar, e os homens de Rui Vitória conseguiram qualificar-se sem dificuldades para a quarta eliminatória da prova, graças a um triunfo por 0-3
Restava saber quando até quando durava a resistência do Sertanense, e quando é que a qualidade individual se sobreporia à organização solidária, ou seja, quando é que o Benfica conseguiria traduzir em golos a sua superioridade.
As jogadas mais perigosas pertenceram sempre ao Benfica. Depois de 15 minutos de alguma apatia, aos 24’ Rafa rompeu na área e falhou por centímetros e aos 32’ Zivkovic disparou cruzado e ao lado; aos 33’ Jonas atirou à figura.
O volume ofensivo aumentava cada vez mais, empurrando o Sertanense para o seu último reduto, e o golo chegou quando Zivkovic emendou para a baliza (35’), depois de uma defesa incompleta de Rafa Santos, guardião da formação da Sertã.
Habituado aos níveis de exigência do Campeonato de Portugal o Sertanense, a jogar em 4x1x4x1, e em desvantagem, tinha francas dificuldades de ligação e não manifestava grande vontade de correr riscos.
O domínio da Benfica acentuou-se quando houve uma subida mais expressiva do bloco da Luz.
Pouco depois Gedson arriscou um remate de fora da área e assinou o momento da noite, fazendo o segundo. Num bom lance individual de Yuri Ribeiro, o Benfica chegou ao 0-3, graças a uma finalização de Jonas.
O Benfica apertava o sufoco, mas era evidente a incapacidade da equipa da Sertã de se libertar do poderio das águias.
Refira-se ainda que em Coimbra estiveram 9.123 espetadores. 
Concluindo, o Sertanense, apesar da derrota, mostrou-se a um bom nível, e saiu muitas vezes a jogar, no primeiro tempo. Na segunda parte, a prestação não foi tão boa, graças a uma maior pressão do adversário e de algum desgaste físico.
No entanto, nem tudo foi negativo. O Benfica ofereceu a parte da receita que lhe cabia ao Sertanense. Assim, arrecada assim dois terços da receita, ficando o restante para a Federação Portuguesa de Futebol. 
No final, apesar da derrota, João Manuel Pinto mostrava-se satisfeito com a atitude da sua equipa frente ao Benfica. 
“Os meus jogadores deixaram uma boa imagem para as pessoas da Sertã. Tiveram coragem e sacrifício. Parabéns para eles pela coragem que tiveram aqui. Uma palavra também de gratidão para essas pessoas que fizeram questão de vir até aqui ver o jogo”, referiu, salientando que “ainda acreditámos pudesse haver surpresas, mas do outro lado estava uma equipa fortíssima que demonstrou respeito pelo Sertanense”.
Já Rui Vitória referiu que “neste tipo de jogos, a equipa adversária quer controlar o processo defensivo, tapar todos os espaços, e nós não queremos perder a bola e procuramos desgastar o oponente. Sabíamos que, aparecendo o primeiro golo, as coisas poderiam tornar-se diferentes, porque o adversário desanimava e perdia oxigénio”.
Paulo Marques

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