Castelo Branco vai acolher a recém criada Secretaria de Estado da Valorização do Interior, liderada por João Paulo Catarino e que, segunda a Gazeta apurou poderá ficar instalada no edifício em que funcionou o Governo Civil. A novidade foi avançada pelo novo ministro Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, na passada sexta-feira, 19 de outubro, na Assembleia da República, quando o membro do Governo respondeu a uma questão da deputada Heloísa Apolónia, de Os Verdes, no decorrer de um debate sobre interioridade.
Recorde-se que João Paulo Catarino, que foi empossado numa cerimónia realizada dia 17 de outubro, no Palácio de Belém, até então liderava a Unidade de Missão da Valorização do Interior, cargo que assumiu em 2017, depois da saída de Helena Freitas.
De relembrar, também, que João Paulo Catarino foi o número dois de Helena Freitas, desde março de 2016, altura em que deixou a Câmara de Proença-a-Nova, que presidia desde 2005, para integrar a Unidade de Missão da Valorização do Interior.
João Paulo Catarino passou a integrar o Governo como resultado da remodelação governamental na sequência da qual o Primeiro Ministro, António Costa, decidiu criar a Secretaria de Estado da Valorização do Interior.
Para o presidente da Câmara de Castelo Branco, Luís Correia, a instalação na cidade da Secretaria de Estado da Valorização do Interior constitui um sinal da intenção do Governo em “combater as assimetrias territoriais e de implementar medidas de discriminação positiva” para toda esta zona do País.
Luís Correia considera que esta decisão constitui um momento de “grande satisfação” e representa “mais uma importante conquista para a cidade, para o Concelho, para todos os Albicastrenses, mas também para todos os defensores do Interior”. Um território que o autarca considera “imprescindível no processo de desenvolvimento sustentado do País”.
Luís Correia garante ainda que a Câmara “garantirá todas as condições para a instalação da Secretaria de Estado na cidade” e reafirma-se como “parte ativa na procura de soluções para os problemas que afetam o Interior do País”.
Por outro lado, mostra-se disponível para desempenhar, bem como o executivo que lidera, “o papel de facilitador na implementação das medidas que venham a ser definidas para assegurar, de uma vez por todas, o desenvolvimento do Interior, a minimização das assimetrias e o combate ao despovoamento”.
Luís Correia recorda ainda, a propósito desta decisão, que “os governos do PSD prejudicaram profundamente Castelo Branco e toda a Região ao encerrarem o Contact Center da Segurança Social e mesmo o Governo Civil, mas o Governo So- cialista teve o discernimento e a determinação para corrigir estas situações, reabrindo primeiro o Contact Center e agora decidindo a instalação da Secretaria de Estado da Valorização do Inte-rior em Castelo Branco”.
A medida também já foi elogiada por Hortense Martins, deputada do Partido Socialista (PS) eleita pelo Círculo eleitoral de Castelo Branco, que no debate sobre a interioridade se dirigiu a Pedro Siza Vieira e deixou um “muito obrigada. As populações agradecem” e acrescentou que “acredito que é mais do que um gesto simbólico. Eu espero que seja um testemunho do compromisso deste Governo pela localização de serviços públicos no Interior”, até porque, defende que a abertura de novos serviços públicos “deve fazer-se preferencialmente para o Interior do País”.
Hortense Martins aproveitou também para se dirigir à bancada do PSD e falar do manifesto do Partido Socialista de Castelo Branco, para destacar que “do PSD não se conhece nenhum manifesto, porque são zero as medidas deste partido para o Interior”.
Outro ponto que não deixou passar em branco prendeu-se com as portagens da A23 e pediu seriedade à direita, ao avançar que “o que nos comprometemos foi à avaliação do regime de portagem imposto pelo PSD na Beira Interior operando uma redução ou até a sua isenção e é este o compromisso que estamos a cumprir”, recordando a descida de 15 por cento nas portagens no Interior que foi implementada logo no início desta governação, na sequência do compromisso assumido por António Costa na altura que era candidato a Primeiro Ministro.
António Tavares

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