A Junta de Freguesia de Castelo Branco já apresentou os seis projetos selecionados pelo júri, que agora serão votados, de modo a integrarem o orçamento participativo da autarquia. Assim, nas próximas duas semanas os projetos serão divulgados e a votação, aberta a todos os cidadãos eleitores de Castelo Branco, poderá ser feita, exclusivamente por via digital, na página da Junta, entre 5 de novembro e 6 de dezembro. Para que a votação seja acessível a todos os cidadãos, a Junta terá um computador disponível nas suas instalações.
Quanto aos projetos selecionados, o denominado Abrigados, que tem como proponente Luís Vicente Barroso, aponta para a colocação de alguns abrigos de passageiros nas paragens servidas pelos TUCAB, em locais onde a sua existência se mostre mais necessária.
Por seu lado, o projeto Uso de transportes alternativos, apresentado por Pedro Manuel Machado da Silva Faria, prevê uma intervenção a nível da implementação de comportamentos que melhorem a qualidade de vida dos cidadãos no que respeita à adoção de alternativas ao uso do veículo privado, considerando que recurso ao transporte público, à bicicleta, ou mesmo andar a pé constituem opções válidas nas deslocações diárias dos cidadãos, pela vantagens que proporcionariam a nível da saúde pública, do bem-estar social, da redução do CO2 e da economia familiar.
Ganhe Saúde é o projeto de Ana Rita Gonçalves Diniz que propõe a implementação de campanhas educacionais que permitam esclarecer os cidadãos sobre temáticas relacionados com a saúde, tendo em linha de conta que a realização de palestras informativas sobre proteção solar, vacinação, hipertensão arterial, diabetes, colesterol e muitas outras constituem uma forma eficaz de esclarecer e mobilizar a população para a prevenção da doença e a adoção de hábitos de vida saudável.
O projeto AM’ART/Amor à ARTE, de Filipa Margarida Tavares dos Santos Balroa, centra-se na valorização da arte como raiz e tradição e pretende criar um local para encontro de artesãos e cidadãos em situação de vulnerabilidade social e/ou exclusão, possibilitando a transmissão dos saberes essenciais ao domínio da arte e ofícios.
Já o projeto Encontro de desporto adaptado da cidade de Castelo Branco – (In)diferenças em Movimento, de João Fernandes Martins Infante Pereira Benquerença, aponta para o organização de um encontro intergeracional de várias atividades desportivas, em especial as praticadas por pessoas com deficiência e doença mental, dirigidas a toda a comunidade local.
Isto enquanto o projeto Há vida na Aldeia, de Ana Maria Marques da Costa Batista Carrega, é um projeto de cariz sócio cultural, que tem na sua génese a intergeracionalidade entre crianças do 1º Ciclo da Freguesia e os idosos da anexa dos Lentiscais. Neste projeto promovido pelo Centro de Dia de Lentiscais define-se que decorrerá em períodos de pausa letiva e pretende, através do desenvolvimento de atividades ligadas ao meio rural, levar as crianças a interagirem com os idosos.
Na apresentação dos projetos selecionados, o presidente da Junta, Leopoldo Rodrigues, avançou que foram apresentados “14 projetos, 12 por via digital e dois entregues em mão” e realçou que devido ao facto de “alguns projetos levantarem dúvidas quanto à sua implementação, convocamos os seus proponentes para esclarecimen- tos”, sendo que “nem todos aceitaram o convite”.
Leopoldo Rodrigues falou nos projetos que não foram selecionados pelo júri, explicando os motivos que levaram a que tal não tenha acontecido.
Assim, entre as propostas esteve uma com vista à criação de um parque de caravanas, na área do Parque Natural do Tejo Internacional, que foi excluída, porque “pedimos parecer ao Parque, que deu parecer negativo”.
Já uma proposta para a criação de percursos pedestres entre Castelo Branco e os Lentiscais e Castelo Branco e a Taberna seca também foi excluída, sendo explicado que, por exemplo, no que se refere ao segundo, “embora a Taberna Seca integre a Freguesia de Castelo Branco o mesmo não se passa com grande parte do território entre as duas localidades, que pertence à Freguesia de Benquerenças”.
Igualmente excluída foi uma proposta para a criação de três parques caninos em Castelo Branco. Um na zona onde a Câmara vai criar um, outro na zona do Parque da Cidade e outro na zona da Ro-tunda da Europa. A exclusão resultou desta proposta “não estar orçamentada e, para além disso a Freguesia não é detentora de terrenos para a criação destes parques, além de implicarem custos para ou-tros anos”.
Também a proposta para a melhoria dos passeios da avenida entre a rotunda para o campo de futebol e a Rotunda da Europa foi excluída, apesar de ser “interessante, mas a própria Câmara não avança, porque a responsabilidade desses passeios é do promotor imo- biliário”.
Leopoldo Rodrigues falou também no projeto Terapeutas de quatro patas, que considera “interessantíssimo”, tratando-se de “um projeto de intervenção com cães, que abrange crianças e idosos. Mas o proponente é também a pessoa que o desenvolve e, por isso, não é viável, porque os projetos são para ser implementados pela Freguesia”.
Outro projeto relacionava-se com “a instalação de carregadores para carros elétricos a partir de postes de eletricidade, para também carregarem telemóveis e tablets o qual foi excluído, porque não teríamos condições para o implementar, mas em parte vamos pensar nele”.
Há ainda a juntar dois projetos também excluídos, considerados “interessantes, mas com muitas propostas, pelo que em si, cada um não é um verdadeiro projeto”.
Leopoldo Rodrigues destacou ainda que na seleção dos projetos que seguem para votação “uma grande preocupação foi perceber se tinham condições de ser implementados” e revela que “dos oito projetos que não vão a votação, muitas das ideias serão acolhidas pela Junta de Freguesia”.
António Tavares

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