Um mundo rural que não seja apenas a expressão de angustias, um espaço de negatividades ou de ambições pessoais culturalmente anacrónicas ou neofolclorizados mas sim que continue a ser um território gerido por municípios abertos aos nossos tempos foram algumas das reflexões proferidas pelo professor da Universidade de Salamanca Manuel Ambrosio Sanchez que iniciou as palestras do Seminário Comuna, um coletivo de reúne vários artistas sediados no Fundão.
Manuel Ambrósio é alcalde de Morille, localidade do campo de Salamanca onde se realiza um dos mais relevantes encontros de arte de vanguarda em meio rural o Festival PAN. O Festival quer internacionalizar-se e acaba de assinar um protocolo de colaboração com a Câmara do Fundão nos domínios da circulação artística contemporânea. Manuel Ambrósio afirmou que “a nossa matriz é sempre a de quebra de fronteiras principalmente as políticas. Temos de redescobrir e de afirmar o glamour que ainda envolve o meio rural”.
As Conferências na Comuna pretendem manter, ao longo de todo o ano, a discussão e desenvolvimento das temáticas proposta criativas do projeto Comuna, bem como refletir criticamente sobre “o que fazemos”, aspeto fundamental. “Estamos a operar na zona histórica da cidade do Fundão, e devemos sempre potenciar estes momentos de permuta e de discussão”, afirmou Carlos Fernandes, coordenador da Comuna, “um laboratório multidisciplinar que origina o encontro de gente, com foco na emergência artística, empenhada em pensar, fazer e agir, integrando transversalmente experiências e conhecimentos em diversas áreas do saber unidos pela arte”.
Ana Brotas, Pedro Miguel Salvado, Pedro Januário, Joana Magalhães, Pedro Roque e Brigite Oleiro apresentaram alguns dos projetos artísticos que já se encontram a ser desenvolvidos e que cruzam a arte, a ciência e a imagem.

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