António Tavares
Editorial
Na próxima segunda-feira, 15 de outubro, é assinalado em todo o Mundo o Dia Internacional da Bengala Branca. Uma data que foi instituída pela Federação Internacional de Cegos, em 1970, e que tem como objetivo reconhecer a independência das pessoas com deficiência visual, bem como a sua plena participação na sociedade.
Nesta data, muitas delegações da Associação de Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO) aproveitam para abrir as suas portas à comunidade, para que quem não tem deficiências visuais possa ser sensibilizado e possa experimentar equipamentos, que muitas vezes são vistos, mas o seu funcionamento é completamente desconhecido
Passados que estão quase 50 anos após a instituição do Dia Internacional da Bengala Branca, o Mundo está diferente e é verdade que muita coisa mudou, fazendo com que as pessoas com deficiências visuais tenham menos barreiras para enfrentar no dia a dia. Mas, se muito mudou, muito mais há ainda que tem de ser mudado. Apesar de ter sido criada legislação que tem como objetivo obrigar à implementação de medidas que eliminem, por exemplo, as barreiras arquitetónicas, elas continuam a existir um pouco por todo o lado, até porque em muitos casos a lei não é respeitada e não há quem a faça cumprir.
Por isso, em pleno Século XXI, a plena participação na sociedade, a que qualquer pessoa tem direito, não é possível, ou, pelo menos, é muito difícil e, para isso nem é necessário que seja portador de qualquer deficiência!