Joaquim Martins
Apontamentos da Semana...
BRASIL, SEM CHEIRO A ALECRIM – A primeira volta das eleições no Brasil revelou uma fratura exposta, difícil de tratar. Há medo e raiva em excesso que não deixam ver o que está em causa. Fez falta o cheirinho a Alecrim que o poeta pedia.
Na segunda volta vão es sões opostas. De um lado, o candidato da extrema direita que não acredita na democracia, mas que é apoiado pelas elites económicas do Brasil, pelos generais que ainda sonham com a ditadura e pelos populismos que atribuem à esquerda, a Lula e ao PT todos os males que afligem o Brasil e do outro, um candidato pouco conhecido, fragilizado pela método de escolha e por ser do PT mas que acredita na democracia e na liberdade.
O Brasil vai precisar, no dia 28, de um cheirinho a alecrim e para isso é fundamental que, como escreveu Alexandra L. Coelho (4/10/2018) “todos os que se opõem à tortura, à ditadura, ao racismo, à violência contra as mulheres, ao armamento da população, ao fascismo escancarado” votem em Fernando Haddad, para salvar a democracia e o Brasil! É difícil mas não é impossível!
UM CHEIRINHO A ORÇAMENTO – Mário Centeno recebeu ontem os partidos com assento parlamentar, para lhes apresentar as grandes linhas do Orçamento para 2019. Pelas reações, à saída do encontro, ficámos a saber alguns dados positivos e algumas preocupações (o PSD assinalou as metas do desemprego e a preocupação com os juros da dívida) e também alguns números.: O objetivo do Défice – de0,2 dois por cento; do Crescimento – dois por cento%; da Dívida – 117 por cento; do Desemprego – seis por cento; 85 por cento das pensões serão aumentadas, de acordo com a inflação.
Sabe-se que a versão final vai chegar a S. Bento na próxima segunda-feira e que há negociações em curso, entre o Governo e os seus parceiros, visando algum consenso, em relação aos aumentos da Função Pública.
Os dados já conhecidos parecem animadores e a determinação do Governo em cumprir as suas metas programáticas dá alguma esperança. Oxalá que o bom senso prevaleça para que tenhamos um Orçamento realista e sem cedências eleitoralistas.