A obra do poeta Albicastrense António Salvado vai ficar mais rica até final deste ano. Tudo, porque depois da edição de Sirgo I – Catorze Títulos Esgotados, pela A.23 Editores, como a Gazeta noticiou na edição da semana passada, está já a caminho Sirgo II.
A exemplo do livro recentemente publicado, também este permite o acesso a obras de António Salvado que se encontram esgotadas.
António Salvado explicou à Gazeta a origem da denominação Sirgo, ao afirmar que “sirgo é o fio de seda protegido com os ovos do bicho-da-seda. E a seda, o que é? Uma substância filamentosa e brilhante que constitui o casulo do bicho-da-seda. E temos aqui, em conotação, o embrião (a caneta) a existência de um ser vivo bem recôndito e os fios (palavras) que darão origem ao poema. Mais ainda: esse bicho-da-seda (o poema) precisa de, como suporte da sua realidade, ser alimentado e aí temos as folhas das amoreiras que existiam no largo da rua da minha infância e destruídas, depois, para darem origem a um jardim completamente destruído e que teve o nome de um presidente de câmara qualquer. E, eis, liricamente traça-do, o itinerário que traça a vida de um poema”.
Sobre Sirgo II António Salvado revela que englobará quatro títulos esgotados de poemas em prosa, que são Malva, Largas Vias, Ravinas e Modulações, sendo que “tentarei publicá-los ainda no corrente ano”.
António Salvado realça que “elaborei um título para esta nova reunião de livrinhos esgotados, não recorrendo a algo do tipo obras completas ou similares, porque ignoro até quando a minha obra estará… completa. Na verdade, e depois da publicação de O olhar do ver/O ver do olhar, todos os livrinhos anteriores se encontram esgotadíssimos. Então e sob a designação de Sirgo, irei ressuscitando os mesmos, partindo de alguns mais antigos até outros relativamente mais recentes”.
Mas há mais novidades, uma vez que, como revela António Salvado, ainda este ano, será publicado “um livrinho de poemas escolhidos pela professora Maria de Lurdes Gouveia Barata, sobre o… António Salvado Albicastrense (a Beira, a cidade, a infância, os jardins, a escola, o Liceu, o Museu, a Escola Superior de Educação, enfim: sangue misturado com experiências profissionais)”.
O poeta, que é reconhecido nacional e internacionalmente, pela qualidade da sua obra, revela também que gostaria de publicar, ainda este ano, “o sétimo volume das minhas Leituras, o título recolhe as prosas de conferências, colóquios, palestras, intervenções, críticas literárias e outras, etc, etc, reveladoras, en- fim, dos meus múltiplos interesses de natureza cultural”.
As novidades, no entanto, não se esgotam aqui. António Salvado, revela também à Gazeta que “gostaria de dar à luz um novo livrinho de poemas intitulado Como se a Terra…, seguido de Fata”.
O que já é uma certeza e também uma novidade é que ainda este mês António Salvado dá início a um ciclo de palestras sob o título de Já leram a poesia de…?, “com o propósito de ressuscitar facetas menos conhecidas de grandes escritores Portugueses. A primeira será Já leram a poesia de Almeida Garrett?. E o segunda, posso já anunciá-lo, será Já leram a poesia de Alexandre Herculano?”.
António Tavares

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