De mochila às costas! – Elas aí estão. De todas as cores. Com os heróis mais improváveis. A fazer brilhar os olhos das crianças. São as mochilas com que sonharam. Já com os livros e o material necessário. Prontas para marcar o arranque do ano escolar.
É tempo novo. A exigir novas rotinas. Novos hábitos. É tempo de partir à aventura…
É também o tempo oportuno de voltar a trazer, para a ordem do dia a questão das mochilas. Do peso e da ergonomia das mochilas das nossas crianças. Estima-se que, em média, as mochilas pesem de seis a 10 quilogramas, ou seja, mais do dobro do que deviam. A Organização Mundial de Saúde recomenda que não pesem mais de 10 por cento do peso da criança. O que significa o máximo de três a cinco quilos para as nossas crianças do 1º e 2º ciclos.
A questão foi estudada e o ano passado uma petição com mais de 50.000 assinaturas pretendeu iniciar a resolução do problema. A petição foi discutida na Assembleia da República e o projeto de resolução, com múltiplas medidas, foi aprovado, por unanimidade, em outubro passado. A 27 de outubro. Por unanimidade. Mas as medidas previstas nunca saíram do papel.
O Governo não ouviu a recomendação e o Ministério da Educação também não. E as escolas e as associações de pais também não se bateram por essa causa.
Espera-se que haja, pelo menos bom senso, quer por arte dos pais, quer por parte das escolas. Os primeiros vigiando a postura, o peso e a sua distribuição nas mochilas e os segundos pensando em horários que não exijam o transporte diário da maioria dos livros.
É um problema que não é de fácil resolução e que só o digital resolverá de vez. Mas isso não será para breve, dados os investimentos exigíveis. Quer em computadores, ou tablets, quer em plataformas digitais eficientes, quer em formação de professores.
É desejável uma tomada de consciência para o problema, por parte dos pais e das suas associações, bem como por parte das escolas. Não será possível, em muitos casos, que os livros possam ficar nas salas ou nos cacifos individuais?

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