A XVIII Feira do Pinhal, que decorre de 8 a 12 de agosto, vai, este ano, ter um orçamento dedicado aos espetáculos reduzido para um terço do habitual, em virtude de ter de desviar verbas para as zonas afetadas pelos incêndios em 2017.
As juntas de freguesia, por decisão do executivo municipal, vão receber parte dessas verbas, cerca de 80 mil euros, que vão ser usadas, por exemplo, no combate a incêndios e dotá-las de mecanismos de limpeza e construção.
Refira-se que desde outubro, a Câmara de Oleiros tem acorrido às necessidades da população afetada, assumindo os custos de novas árvores para plantação, medicamentos e alimentação animal, entre muitos outros apoios.
Para o vereador Paulo Urbano, que apresentou do certame, não fazia sentido que não o fizessem. “Havendo tanta gente com tantas e tão sérias necessidades, e também tendo em consideração os muitos particulares e instituições que nos têm apoiado desde a primeira hora. Teremos esse reconhecimento e compromisso para com as pessoas”.
Deste modo, o leque de artistas escolhido vai ser mais modesto. No caso do habitual espetáculo multimédia, que por se considerar não ser possível reduzir o valor mantendo a qualidade, optou-se por não o realizar.
Ainda assim, a 18ª edição da Feira do Pinhal mantém a notoriedade de um evento consolidado com uma aposta forte em expositores de qualidade, diferenciadores e representativos da região, mas também um pouco de todo o País. Dos 145 inscritos, 18 são expositores que se estreiam na Feira.
Para além da solidariedade, esta edição da Feira vai dar enfoque a uma outra premissa, da sustentabilidade. Este é um certame que privilegia a floresta e as suas tradições, “uma herança dos nossos antepassados que urge proteger e valorizar. Deste modo, será promovida a inter-ligação entre quem expõe e produz e quem nos visita”, realçou Paulo Urbano.
Outra novidade da Feira será o fato de estar virada para o património. Assim, no dia 10, pelas 18 horas, será inaugurada a Rota do Religioso.
Para além da gastronomia, que é promovida nos vários stands e no espaço de restauração, também as artes da região serão realçadas no palco Beira baixa. Ali decorrerá a atuação de Abílio Alves, do Grupo de Cantares do Gaio, da Sociedade Filarmónica Oleirense, dos Ranchos Folclóricas e Etnográficos de Oleiros e da Figueira (Portimão) ou ainda realização do IX Festival Internacional Acordeão em Espetáculo, pela primeira vez em Oleiros.
As preocupações e responsabilidades pela sustentabilidade ambiental, ganham este ano maior importância através da colaboração com a VALNOR, que permitirá fazer desta Feira um eco evento. Reduzir, reciclar e reutilizar serão as palavras de ordem de uma ação que conta com todos os visitantes e expositores para fazer a diferença.
Como habitualmente a Feira encerra no domingo, com o início das comemorações do Dia do Concelho. A transição entre estes dois acontecimentos faz-se com o habitual espetáculo piromusical a cargo da Pirotecnia Oleirense, na madrugada de 12 para 13 de agosto.

Fernando Jorge justifica
redução no orçamento
O presidente da Câmara de Oleiros, Fernando Jorge, referiu que o orçamento deste ano foi reduzido significativamente, em virtude da situação vivida no Concelho no ano anterior e há necessidade de canalizar recursos monetários para as zonas que foram afetadas e é preciso reconstruir.
“Enquanto todas as pessoas não estiverem com aquilo que nós consideramos que é básico: habitação, alimentação e dignidade, acho que não podemos estar a gastar dinheiro”, realça, acrescentando que “as coletividades e os tantos privados que auxiliaram e se solidarizaram com o Concelho de Oleiros, não iam entender muito bem que aplicássemos verbas em determi-nadas áreas, quando há muitas zonas do Concelho bem mais carenciadas e a necessitar desses investimentos”.
Para o autarca, decidiram ter uma edição da Feira que não tenha os mesmos custos das edições anteriores, embora acredite que as pessoas que os visitam atualmente por esta altura vão ficar satisfeitas. Até porque os stands que acabam por melhorar e engrandecer a Feira vão estar presentes. Sustenta ainda que aos visitantes também vão estar presentes, até por solidariedade para Oleiros.
“ Apesar de ter um programa bem mais barato, em que se vai gastar um terço ou um quarto dos anos anteriores, o programa deste ano está bem conseguido e logo na inauguração vai haver uma surpresa. O brilho a que a Feira do Pinhal nos habituou não vai ser retirado”, remata Fernando Jorge.
Paulo Marques

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