Joaquim Martins
Apontamentos da Semana...
O drama dos Refugiados – Assinala-se hoje o Dia Mundial dos Refugiados. O tema está na ordem do dia e as ondas do Aquarius ainda incomodam a União Europeia. Que evidenciou a sua desunião; a sua incapacidade de decisão e a sua insensibilidade social.
No dia que a ONU instituiu, em 2000, com o objetivo de “consciencializar os governos e as populações para o problema grave dos refugiados” impõe-se lembrar o assunto e questionar o que tem sido feito para minimizar o problema. Que, ao contrário do que era expectável, se agravou. Dos 45 milhões que se falava em 2000, passou-se para os 68 milhões de hoje, segundo os últimos dados das Nações Unidas. Os motivos da fuga – perseguições, calamidades ou guerra – persistem e alastraram. O Mediterrâneo, visto, por muitos, como a porta de entrada, para a Europa, como espaço de paz, está a transformar-se num monstro que se alimenta de barcos e vidas.
E a Comunidade Europeia como encara o problema? Como reage? Que medidas adotou? As boas práticas são exceção. Falta vontade e coragem para encarar a situação, atacar os problemas na origem e cumprir as obrigações de acolhimento que os tratados internacionais impõem. O medo predomina. E daí o pecado que o Papa Francisco aponta à Europa “Pecado é deixar que os medos determinem as nossas respostas…é renunciar ao encontro com o outro, com o diferente, com o próximo”.
As migrações exigem uma resposta, sintetiza o Papa, a partir dos princípios da doutrina social da Igreja: “acolher, proteger, promover e integrar”.
A Comissão Nacional Justiça e Paz e as Comissões Diocesanas, entre as quais a de Portalegre e Castelo Branco, reunidas em Fátima, no último sábado, defendem, em comunicado, a política de acolhimento proposta pelo Papa, lembram a frase profética do arcebispo de Madrid “o barco Aquarius é um apelo de Cristo à Europa” e formulam votos de que “as correntes de hostilidade ao acolhimento de refugiados e migrantes não tenham expressão no nosso País”.