Valha-nos Santo António! – Hoje, Dia de Santo António, parece que o tempo mudou. Parece que o santo ouviu os apelos. A primavera perdida já dá sinais de vida. E promete trazer calor. E sede. A sede necessária para animar e dar vida aos arraiais. Para apetecer sair de casa e apreciar as sardinhas que também já chegaram em força e com a qualidade desejada. E os arraiais vão poder cumprir as funções que lhes cabem: ser ponto de convergências. De convívios. De partilhas. Ser tempo festivo com o natural aumento do consumo que assegura mais trabalho, novas experiências e mais esperança. Ser espaço de paz e de encontros felizes.
Faltarão os bailes de antigamente, com as suas promessas de beijos e noivados, mas não vão faltar os concertos ou os conjuntos que estimulam os relacionamentos de hoje. Ainda que breves e líquidos. À espera da chama do amor. Quente e eterna!
Os santos populares que faltam – o São João e o São Pedro – parece que já não vão ter razões de queixa do tempo. Nem medo das fogueiras com cheiro a rosmaninho. As festas prometem e as romarias já não vão parar até ao fim do verão. E além disso temos o futebol. Este ano nem precisávamos dos santos populares para que o resto do mês fosse especial! Bastavam-nos os Santos protetores do Fernando e um santo Cristiano inspirado!
Mas voltemos ao Santo António! Que ontem, quando pensávamos no arraial nos deu a ver algo que, até há pouco, era impensável: Trump e Kim apertaram as mãos perante os olhares espantados de meio mundo. Parece milagre, mas não é. Será até um gesto enganador entre dois génios do mal que se sabem temidos, mas não amados. Que querem marcar pontos. Mas haverá santos que lhes valham?
Não creio, dada a insensibilidade que ambos evidenciam perante os problemas do Mundo. Mas talvez haja, se o gesto para o mundo ver, vier a ser o começo de um caminho.
Confiemos e que nos valha Santo António!

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