Ribeiro Farinha, que nasceu em 1933, na aldeia de xisto da Figueira, no Concelho de Proença-a-Nova, inaugurou uma nova exposição na Biblioteca do Complexo dos Coruchéus, em Lisboa. Ocasião que foi aproveitada pela organização para realizar uma homenagem ao artista e que contou com a presença da família e de muitos amigos que deixaram o seu testemunho de uma vida ligada às artes, e não só.
Emocionado, Ribeiro Farinha agradeceu a homenagem e, recordando algumas fases do seu percurso, agradeceu o apoio incondicional da família, ao afirmar que “estiveram sempre comigo”.
O presidente da Câmara de Proença-a-Nova, João Lobo, reconhecendo o percurso de sucesso de Ribeiro Farinha, agraciou-o com a Medalha do Município, como “reconhecimento pela relevante obra e perfil humanista daquele que é uma personagem que orgulha e eleva o nome de Proença-a-Nova” e ainda com uma esferográfica e um pincel, “símbolos de ferramentas que acompanharam e acompanham Ribeiro Farinha, pelas telas e pela escrita”.
Desta forma, com a sua imaginação, foi possível “uma vida a deixar o rio transbordar e a correr sem margens”, como se lê no catálogo do Espaço Ribeiro Farinha, em Sobreira Formosa, da autoria de Inês Cardoso.
João Lobo destacou também que “o Concelho de Proença-a-Nova tem esta capacidade de dar ao Mundo gente como Ribeiro Farinha, que encontra nas suas raízes inspiração para criar obras que todos admiramos ou, pelo menos, que não deixam ninguém indiferente”.
Esta ligação à terra onde nasceu, levou Ribeiro Farinha a doar 75 peças à Câmara, entre pinturas, painéis de cerâmica e esculturas, com as quais foi criado o Espaço Ribeiro Farinha, no edifício da antiga Escola Primária de Sobreira Formosa em 2013.
João Lobo realçou ainda a disponibilidade que o artista sempre manifestou quando convidado a colaborar em pro-jetos da autarquia, considerando fundamental reconhecer em vida o percurso de Ribeiro Farinha e a sua capacidade de influenciar gerações.
Presente na homenagem, Carlos Farinha, artista natural dos Maxiais, confessou que “sou artista muito devido a este senhor”, recordando o momento em que conheceu Ribeiro Farinha, junto a uma ribeira do Concelho de Proença-a-Nova.
No catálogo da exposição inaugurada na Biblioteca dos Coruchéus, no dia 7 de abril, apresenta-se a vida e obra de José Ribeiro Farinha, que ainda tem ateliê no número 20 do mesmo edifício: “Lisboa é a cidade adotiva de Ribeiro Farinha, o que não impediu que assumisse permanentemente as suas raízes, mesmo quando residiu em Itália ou Macau, locais onde passou estadas prolongadas. As memórias de infância, a poesia da terra, de Sobreira Formosa, estão sempre presentes nos seus quadros. Na procura de novas texturas e formas de expressão, criou uma linguagem própria que transmite a sua incessante busca de liberdade”.

Outros Artigos