João Belém
EMOÇÃO E TOMADA DE DECISÕES
“A emoção, toda a gente sabe de que se trata até ao momento
em que se pede para a definir”
Joseph E. Ledoux
Que queremos dizer quando falamos de emoções?
Antevemos, desse logo, dificuldades na resposta pois não é fácil.
Antes de mais, porque costuma tratar-se de uma experiência interior e pessoal, pelo que é extremamente difícil encontrar formas de a medir e, consequentemente, de a estudar a partir de um comportamento observável.
Falamos de emoções para fazer referência um conjunto de alterações fisiológicas, cognitivas, subjetivas e motoras que se distanciam da determinação consciente de que um estimulo possui valor positivo ou negativo num contexto concreto e relacionado com os objetivos de um individuo num momento especifico da sua vida.
Atualmente, uma das áreas de maior interesse é o papel desempenhado pelas nossas emoções na altura de tomar decisões
Abandonando a ideia de que as nossas decisões são sempre racionais, reflitamos como intervém o nosso estado emocional por exemplo
- nos processos de tomada de decisão de caracter económico (porque compramos certo produto e não outro no supermercado);
- politico (porque decidimos votar num partido e não noutro)
- ciência (porque decidimos trabalhar num projeto de investigação e não noutro)
- na esfera individual (escolha de profissão, parceiro, amigos, etc).
Brian Knutson e Stephanie Greer conseguiram detetar alterações cerebrais segundos antes de uma decisão, que permitem antecipar se a pessoa realizará ou não uma compra. Assim, perante a apresentação de determinado produto, um aumento de atividade cerebral ao nível do núcleo accumbens anuncia que a pessoa efetuará a compra desse produto; pelo contrário, um aumento de atividade da ínsula, aliada a uma diminuição da atividade do córtex pré-frontal, está relacionada com a rejeição da compra.
Muitas experiencias foram feitas no âmbito das atividades anteriormente expostas, e muito ainda se desconhece sobre os mecanismos de tomada de decisões, mas os resultados apontam para que os sistemas físicos intervenham de forma muito critica em processos que outrora se pensava serem puramente mentais e desprovidos de qualquer base física.
Concluindo estamos no inicio de uma explosão de conhecimentos acerca do cérebro humano que prosseguirá nos próximos anos e décadas. Isto irá revolucionar por completo disciplinas como a psicologia, economia, politica ou sociologia.