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27 de setembro de 2017

João Carlos Antunes
Aconteceram domingo passado na Alemanha umas eleições

Aconteceram domingo passado na Alemanha umas eleições que podem ser decisivas para o futuro da Europa. Deram um quarto mandato a Merkel e deram-lhe também uma valente dor de cabeça. Não tendo obtido a maioria absoluta, o anterior parceiro da coligação, o SPD de Schulz, a sair de uma derrota histórica, já se indisponibilizou para fazer parte da solução de governo. O resultado eleitoral vai revolucionar por completo a composição do parlamento, com a esquerda a não ter mais que trinta por cento dos votos e com a extrema direita neo-nazi a ter assento, pela primeira vez no pós Segunda Guerra Mundial, no Bundestag. São noventa deputados alemães, anti europeísta, contra a entrada de refugiados, xenófobos e racistas que deixam em estado de alerta os líderes europeus. Hoje são treze por cento, amanhã sabe-se lá quantos alemães desiludidos dos partidos tradicionais, críticos da política europeia e incapazes de aceitar os princípios de solidariedade entre países da comunidade, poderão apoiar um partido que, provavelmente, aposta na memória curta dos homens. A chanceler Merkel vai ter que trabalhar com pinças para não fazer engrossar esta maré, mas também, estando no último mandato, pode querer ficar na história europeia, não como a coveira da Europa unida mas como alguém que a relançou que a fez sair da crise de confiança e das divisões que agora claramente se vive. Sem esquecer que ela poderá ser lembrada na história pela argúcia e visão de futuro revelados no apoio e acolhimento dos refugiados que serão essenciais ao rejuvenescimento de uma população envelhecida e serão a mão de obra essencial ao desenvolvimento económico. A ver vamos.

O relatório atribuído aos serviços de informações militares sobre o roubo de armas do paiol de Tancos, que arrasa principalmente o ministro da Defesa mas também as altas patentes das forças armadas foi manchete do Expresso de sábado, com o picante de ser pretensamente um relatório secreto pronto desde julho. Qualquer leitor mais atento terá estranhado os termos em que ele está redigido, não se cingindo aos fatos, como deverá ser a regra de qualquer relatório deste género, mas mais parecendo um texto de um qualquer comentador arregimentado, com comentários às declarações públicas do ministro da Defesa. Em qualquer dos casos logo após a publicação da notícia no Expresso, o Estado-Maior do Exército desmentiu categoricamente a existência do tal relatório e o Primeiro Ministro disse também desconhecer a sua existência. Das duas uma, ou ele existe mesmo e, nesse caso as autoridades ficam muito mal no retrato, ou foi tudo uma armadilha onde o Expresso, involuntariamente ou não, caiu. Neste caso temos cada vez de mais de dar razão ao Presidente Marcelo quando se questiona e se preocupa sobre o estado do jornalismo em Portugal. Curioso é que desde sábado não tenha havido qualquer desenvolvimento sobre o assunto, para além do natural aproveitamento eleitoral pelos lideres da oposição de direita. Pedro Santos Guerreiro do Expresso já veio à SIC dizer que o relatório não é oficial. Então é o quê? E assim se vai perdendo credibilidade…

Morreu o bispo emérito de Setúbal, D. Manuel Martins, que ficou conhecido como o bispo vermelho. Foi um bispo muito próximo do seu povo que fez suas as dores de uma população trabalhadora que viu encerrar ou deslocalizar durante a década de 80, na Península de Setúbal, muitas fábricas que empregavam muitos milhares de operários, lançando a fome e o desemprego numa região antes próspera . Um bispo que levou à letra a doutrina social da Igreja, na defesa dos mais pobres e desprotegidos e que bem merece as palavras de Marcelo Rebelo de Sousa: “era uma personalidade singular, que tudo fez para contribuir para um Portugal mais livre, mais justo, mais democrático”.

27/09/2017
 

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