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24 de maio de 2017

JOAQUIM MARTINS
Em tempos de aniversário

Os jornais vivem tempos difíceis, sem motivos para celebrar. Já não se espera pelos jornais para ter acesso à informação. Já não se diz “li no jornal…” Diz-se “vi nas notícias!” ou  “vi no Facebook”. A Imprensa escrita perdeu espaço. O slogan que há uns anos estimulava à sua leitura - Ler jornais é saber mais! – perdeu atualidade. Agora lê-se on-line. Veem-se os títulos e absorvem-se as “notícias” que circulam nas redes sociais ou nos canais temáticos.
Os semanários regionais e locais sofrem esses efeitos e ainda os efeitos dos tempos de crise que empobreceram o País e provocaram uma queda abrupta da publicidade e da atividade económica.
Continuam a ser elos de ligação e a prestar um serviço publico inegável, às comunidades em que se inserem, divulgando o trabalho das autarquias, instituições, clubes e associações, mas não veem esse serviço reconhecido em termos de apoios indispensáveis. O que significa que a sobrevivência da Imprensa Regional vai depender essencialmente do modo como as autarquias e as associações da sociedade civil entenderem o seu papel.
Não é agradável falar do tema, em tempos de aniversário, já que, nessas alturas, há muitas instituições da comunidade que se lembram e manifestam o seu apoio. E por momentos, parece possível voltar a acreditar …
A Gazeta do Interior que esta semana os leitores e assinantes têm nas mãos está nessa situação. Regista o apoio de algumas instituições e empresas que reconhecem a importância da Imprensa regional, o que é um sinal de esperança, mas isso não nos impede  de constatar que esses sinais, porque pontuais, são insuficientes para garantir novos aniversários.
De qualquer modo, em semana de aniversário, não podemos deixar de congratularmo-nos com o facto e de chamar a atenção para algumas boas notícias, quer de âmbito nacional, quer de âmbito local.
No 1º caso está a anunciada proposta da Comissão Europeia para que o Conselho Europeu retire Portugal do Procedimento por Défice Excessivo. Era tempo. É um pequeno passo. Será, como alguns dizem, apenas a concessão de liberdade condicional a um preso que mostrou uma capacidade invejável de sofrimento e privação para ganhar a confiança dos seus captores? Talvez. Mas é um novo começo. Ganhámos a confiança dos nossos parceiros europeus. Ganhámos mais liberdade de atuação. Mostrámos que há formas alternativas de atingir determinados objetivos económicos e sociais. Marcámos pontos na agenda internacional. Fechámos o ciclo  negro, aberto em 2009.
Continuamos sujeitos a regras muito exigentes, por causa da dívida e do défice? Continuamos. Mas temos mais armas para continuar o processo de recuperação e, sobretudo, temos  a convicção de que somos capazes e que estamos no bom caminho. É uma inegável boa notícia para todos os Portugueses! Mesmo para os velhos do Restelo e para os descrentes do processo democrático que só acreditam neles próprios!
A nível local não podemos deixar de assinalar e aplaudir a assinatura do protocolo entre a Câmara e o Instituto de Segurança Social para a instalação do “cal center” da Segurança Social, que vai trazer uma melhoria de serviços para todos os utentes  e mais 150  postos de trabalho diretos no centro da cidade. Também a realização, a partir de amanhã, dos Dias Templários que são um sinal de dinamismo e confiança da Associação Comercial  e Empresarial da Beira Baixa e dos seus parceiros locais é motivo de esperança e jubilo.
SÃO BOAS NOTÍCIAS! Notícias que animam e estimulam. Que desanuviam o ambiente negro e assustador das notícias que predominam nos grandes meios de comunicação.
Razão tem o Papa Francisco (ver Mensagem para o Dia das Comunicações Sociais, que a Igreja celebra no próximo domingo) quando desafia os jornalistas de todo o Mundo a passar de uma lógica de “notícias más”, para uma lógica de “notícias boas”, rejeitando o sensacionalismo e a exploração dos dramas humanos:
“Gostaria que esta mensagem pudesse chegar como um encorajamento a todos aqueles que diariamente, seja no âmbito profissional seja nas relações pessoais, «moem» tantas informações para oferecer um pão fragrante e bom a quantos se alimentam dos frutos da sua comunicação. A todos quero exortar a uma comunicação construtiva, que, rejeitando os preconceitos contra o outro, promova uma cultura do encontro por meio da qual se possa aprender a olhar, com convicta confiança, a realidade.
Creio que há necessidade de romper o círculo vicioso da angústia e deter a espiral do medo, resultante do hábito de se fixar a atenção nas «notícias más»”.
Tem razão o Papa. A realidade pode E DEVE ser olhada de várias perspetivas, mas sempre de forma a gerar confiança
Em tempos de aniversário é, no entanto, indispensável agradecer de uma forma especial aos leitores, assinantes, anunciantes e colaboradores, sem os quais não haveria Gazeta do Interior.

24/05/2017
 

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