NOS CEBOLAIS DE CIMA
Museu dos Têxteis concretiza sonho coletivo
O Museu dos Têxteis, nos Cebolais de Cima, foi inaugurado sábado. Instalado na antiga fábrica da Corga, representa um investimento de cerca de um milhão de euros.
A inauguração do espaço, que contou com a presença de centenas de pessoas, na maior parte habitantes dos Cebolais de Cima e Retaxo, foi para o presidente da Câmara de Castelo Branco, Luís Correia, um dos momentos “mais emotivos enquanto presidente de câmara”.
O autarca confessa que este projeto representou um risco, pois desde sempre que o objetivo era criar um museu vivo, com as máquinas a trabalhar, e não havia a certeza que tal fosse conseguido, pois a fábrica estava fechada há já muitos anos, desde 1996.
Um risco assumido, que agora Luís Correia garante que “valeu muito a pena”.
Acrescenta que “havia algumas dúvidas do que íamos concretizar, pois não tínhamos a certeza que conseguiríamos colocar todas as máquinas a trabalhar. O nosso objetivo sempre foi fazer um mu-seu vivo, interativo. Hoje podemos dizer que valeu mesmo a pena o risco”.
Luís Correia explica que o Museu dos Têxteis faz parte da rede de museus do Concelho, são já nove, e será um pólo de atração de visitas à Freguesia de Cebolais de Cima e Retaxo.
“Tenho a certeza que é uma infraestrutura que orgulhará o Concelho e contribuirá para o desenvolvimento desta Freguesia”, refere o autarca.
Durante a visita os visitantes podem assistir a todo o processo de cardação e de fiação, tal como ele era feito desde os anos 50, com as máquinas em pleno funcionamento, em dois pavilhões. O espaço museológico é composto ainda por um pequeno bar de apoio, e um jardim com plantas tintureiras.
Miguel Vaz, presidente da união das Freguesias de Cebolais de Cima e Retaxo, considera que o Museu dos Têxteis é agora, “uma homenagem a todos aqueles que contribuíram para o desenvolvimento desta indústria, que tanto contribuiu para o desenvolvimento das duas localidades”.
“Este museu é o melhor testemunho da nossa história, porque aqui completam-se os relatos de sempre, com imagens (recortes de jornal e fotografias antigas), com documentos, e o melhor de tudo as máquinas… as tais em que ainda é possível sentir os tais cheiros. Este museu somos nós, os nossos pais, os nossos avós, e é a partir daqui que vamos conseguir transmitir tudo isto, aos nossos filhos e a todos os que nos visitem”, afirmou emocionado Miguel Vaz, que considera a criação do Museu a concretização de um “sonho coletivo”.
O Museu vai estar aberto durante o mês de agosto apenas para moradores e emigrantes de Cebolais de Cima e Retaxo, abre ao público em geral a 1 de setembro e como todos os museus encerra às segundas-feiras.
Cristina Valente