DISPOSITIVO ESPECIAL DE COMBATE A INCÊNDIOS FLORESTAIS
Objetivo é manter a excelência
O Comandante Operacional Distrital de Castelo Branco (CODIS) da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), Francisco Peraboa, na apresentação do Plano de Operações Distrital que institui o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF), realizada quinta-feira, deixou bem claro que a meta do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) é manter a excelência alcançada nos últimos anos.
Francisco Peraboa destacou que nos últimos 11 anos a média anual da área ardida no Distrito de Castelo Branco é de 2.070 hectares, sendo que no ano passado arderam 2.500 hectares.
No que respeita ao número de ocorrências, realçou que, no mesmo período, tem decrescido, registando-se, no ano passado, 390.
Sublinhou ainda que nos últimos dois anos o Distrito não registou nenhum reacendimento, pelo que o objetivo “é manter o padrão”, porque “é difícil melhorar”.
Para alcançar o objetivo definido, Francisco Peraboa defende a manutenção de “um ataque inicial musculado” e lembrou que “todas as ocorrências são importantes. Todas começam da mesma forma, pequenas”, mas, depois, o ataque inicial às chamas é determinante, para que o fogo não cresça.
No que respeita a meios para este ano, existem 131 equipas, sendo o empenhamento terrestre assegurado por 141 veículos e 655 operacionais.
No referente ao dispositivo aéreo, o Distrito vai ter três centros, localizados em Castelo Branco, na Covilhã e em Proença-a-Nova.
No início da fase Bravo, a 1 de junho, o Centro de Meios Aéreos (CMA) de Castelo Branco passa a contar com um helicóptero bombardeiro ligeiro, a que se junta outro, dia 15, no CMA da Covilhã, e um avião bombardeiro médio, a partir de dia 20, no CMA de Proença-a-Nova.
Na fase Charlie, de 1 de julho a 30 de setembro, cada um dos três CMA terá um helicóptero bombardeiro ligeiro, aos quais se juntam dois aviões bombardeiros médios, no CMA de Proença-a-Nova, onde permanecerão estacionados até dia 5 de Outubro, já na fase Delta. Francisco Peraboa, na sua intervenção, entre outros pontos, destacou também o aumento de número de bombeiros no Distrito, com 98 novos elementos, o que representa um aumento dos quadros de mais de 10 por cento.
Presente na cerimónia, o secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, referiu que “o primeiro desígnio do Governo é mortes zero”, defendendo que “não há área ardida que possa justificar a morte de um bombeiro. Queremos que os operacionais protejam pessoas e bens, mas também se protejam”.
Jorge Gomes realçou depois que “renovamos a ANPC e Castelo Branco sentiu-o porque perdeu o seu CODIS”, referindo-se a Rui Esteves que, atualmente é o Comandante Operacional Nacional da ANPC.
No que respeita a alterações avançou que passou por “a relação dos CODIS ser diretamente com o Comandante Operacional Nacional, por isso acabamos com o porto intermédio”.
Mas há mais novidades, porque, “pela primeira vez haverá um helicóptero de coordenação, que fica à disposição do Comandante Nacional, o que permitirá uma análise mais concreta e precisa do que se passa no teatro de operações”.
Também pela primeira vez “envolvemos as Forças Armadas, o Exército e a Marinha, esta mais na zona da Serra da Arrábida, com 1.700 elementos que vão complementar o trabalho dos nossos bombeiros, na vigilância ao rescaldo, de forma libertá-los de imediato, nem que seja para descansar”.
Outra inovação é que será distribuído a todos os bombeiros um kit de alimentação, para as “primeiras 24 horas”, garantindo que “não são rações de combate. A ANPC assinou um protocolo com a Direção-Geral da Saúde (DGS), para esta criar um kit especializado para os operacionais”.
António Tavares