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11 de outubro de 2017

José Gameiro
CONTAS FECHADAS NAS AUTÁRQUICAS, E AGORA?

Dos recentes desenvolvimentos eleitorais, várias são as interpretações, consoante os locais, mas também conforme os analistas, com mais ou menos conhecimento ou interesse.
Sempre ouvimos dizer que números são números, mas o facto é que são esses números que contam, convenientes para alguns e inconvenientes a outros.
São esses números, que ditarão a composição da gestão autárquica, para os próximos quatro anos.
A Beira Baixa, não fugiu à regra, no que concerne à abstenção, mas expressou-se de forma clara nas escolhas.
Soube reforçar os mandatos, aos recandidatos e isso quer dizer algo, nas várias leituras que possamos fazer.
Se da abstenção, votos brancos e nulos, ninguém vai falar mais, por conveniência, já da eleição, dos mandatos e das oposições, ainda vamos ouvir falar durante mais tempo.
Estas eleições decorreram, no verdadeiro rescaldo dos acontecimentos de verão, que fustigaram o país e muito particularmente a Região Beira Baixa.
Não vem a propósito, mas é verdade que nunca esta região, teve tanto protagonismo, tanto tempo de antena em toda a comunicação social, como neste fatídico período.
Há muito tempo, que esta região não tinha tantas visitas de alto nível, como neste período.
É certo que a região precisa de visibilidade, mas não por estes motivos.
Certo também, que a região precisa de ser vista e conhecida por dentro, pelos atores políticos nacionais, mas não por estes motivos, em que cujas visitas acabam por ser fugazes e em busca de momentos de protagonismo, apaziguamento, ou tentativas de encontrar bodes expiatórios, acabando por não trazer mais valias à região.
Percebamos doravante, se em face do sucedido e da força dada aos autarcas, a região consegue agora, com a mesma intensidade de comunicação, de visitas de analistas, mas sobretudo de força expressiva das eleições, dar a volta a um conjunto de situações que necessitam de empenho, união e visão global sobre o território Beira Baixa.
A floresta é um bom caso para ensaiar estratégias comuns e, no estado em que o território se encontra, esta está disponível para tal e ao perfeito alcance.
Quiçá, o reforço de confiança dos eleitores, seja na esperança de que algo de novo aconteça e de que se consigam resolver questiúnculas antigas, para a região.
Se os quatro anos passados, foram especialmente difíceis, em face da conjuntura que vivemos, os quatro anos que se avizinham, são desafiantes em oportunidades e de intolerância no que concerne a falhas de atuação, no aproveitamento das mesmas.
A melhoria do desempenho económico do país, levará seguramente a um conjunto de possibilidades de desenvolvimento regional, se a região atuar em concertação.
Não vão surgir muitas mais oportunidades destas, tão breve.
É de todo urgente, que no próximo ano, se desenhem e conheçam os projetos de trans-versalidade regional, que des-de a construção da A23, praticamente não existem.
Não tarda nada, está aí um novo ambiente eleitoral e um novo QCA, considerados de importância capital, para um bom equilíbrio de forças em prol do desenvolvimento.
Devemos começar já, a construir o novo Quadro Comunitário de Apoio e, como tal, urge que as forças da região, se mobilizem em torno de decisões estruturais e estruturantes.
Este ciclo pós-eleitoral, das pessoas e para as pessoas, é propicio a movimentações na orgânica do território, pelos novos mandatos dos municípios, das diferentes formas de associação destes, nomeadamente das CIM´s e outras.
Nós, os eleitores, em breve perceberemos se ajuizamos bem as nossas escolhas.
Nós, os empresários, estaremos atentos, ao reconhecimento atribuído à importância das nossas empresas para a região, mas igualmente disponíveis, a participar na formulação de objetivos e na construção de soluções de alavancagem regional, assim os decisores locais, regionais ou nacionais o permitam e possibilitem.
Cada vez mais, será a interação que ditará o sucesso das medidas de desenvolvimento regional e não ações avulsas, como vem acontecendo, em muitas ocasiões.

11/10/2017
 

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