Na Lardosa
A história de S. Martinho relembrada
O Movimento Monárquico de Castelo Branco, com o apoio da Junta de Freguesia de Lardosa, organizou, dia 11 deste mês, na Junta de Lardosa, uma palestra subordinada ao tema S. Martinho, que teve António Paulo como orador.
António Paulo iniciou a sessão com uma referência à complexidade humana, à luta entre o bem e mal, aos arquétipos mentais, luz/trevas, Deus/Diabo, tendo feito uma citação do poeta António Salvado: “ Como agirás serás Deus/ou então do diabo… um filho “.
Ser-se santo, no âmbito da hagiologia da Igreja Católica, é ter-se a capacidade de fazer milagres, por vitórias em batalhas, testemunhos de mártires e exemplos de vida.
S. Martinho é conhecido por ter sido um cavaleiro romano, a cortar a capa ao meio, para dar metade a um mendigo num dia bastante frio e agreste que se transformou num dia de sol radioso, sendo o mendigo reconhecido como o próprio Jesus Cristo. S. Martinho nasceu na Panónia, atual Hungria no Século IV, 316-397, e como cavaleiro do exército romano foi destacado para a Gália, França, onde fez o catecumenato e estudos e foi nomeado bispo da cidade de Tours, tendo aí falecido em 397, com 81 anos. A sua vida está ligada à ação missionária contra o paganismo, à fundação de muitas igrejas e mosteiros, à prática constante da caridade, respeito em vida e veneração depois.
Na palestra foi feita a distinção entre S. Martinho de Tours e S. Martinho de Dume que foi Arcebispo de Braga, no tempo dos Suevos, Século VI, 518/525 – 579, tendo ambos nascido na Panónia, sabendo-se que o Arcebispo foi visitar o túmulo de S. Martinho de Tours. Na Heráldica Portuguesa, por exemplo, de Alcácer do Sal e na Freguesia do Fundão, entre outras, está patente o manto de S Martinho cortado ao meio. Durante a vida de S. Martinho vivia-se um contexto histórico de um mundo imperial, desigualdade social, mensagem revolucionária do Cristianismo e igualdade e cicatrizes de perseguições anteriores.
No adágio popular Pelo S. Martinho vai à adega e prova o vinho, bem como Nas castanhas è feita a experiência de saborear as primícias da época sazonal, tendo bem presente que a alteração climatérica é como um agradecimento Divino pela partilha e caridade do gesto do Santo para com o mendigo.