Castelo Branco assinala 41 anos do 25 de Abril
Homenagem a Manuel João Vieira marca sessão solene
A sessão comemorativa dos 41 anos do 25 de Abril em Castelo Branco, ficou marcada pela homenagem ao falecido advogado e socialista Manuel João Vieira, que integrou a primeira Assembleia Constituinte eleita por sufrágio universal direto em eleições realizadas a 25 de abril de 1975.
Esmeralda Vieira, sua esposa e dois dos seus netos, receberam a Medalha de Ouro da Cidade de Castelo Branco, cuja atribuição a Manuel João Vieira, foi aprovada, por unanimidade, pelo executivo.
Nos discursos que se seguiram, o presidente da Câmara de Castelo Branco disse que a revolução de 25 abril de 1974, “marca o momento histórico em que os portugueses viveram a mudança e deixaram entrar a esperança e sonharam um país melhor”.
Luís Correia deu ainda ênfase ao poder local, como sendo uma das grandes conquistas de abril.
“É pela ação dos municípios que temos alcançado a concretização de projetos essenciais ao bem-estar das populações, ao desenvolvimento da nossa terra e de grande parte do País”, disse.
O deputado municipal do CDS/PP, José Pedro Sousa abordou a questão da liberdade de Imprensa, para afirmar que “e, porque é de liberdade e independência que falamos, o que dizer de uma Gazeta para quem um espirro do senhor presidente merece três páginas de jornal, e uma proposta da oposição para isentar do IMI famílias com filhos nem uma palavra. É o jornalismo sem coluna vertebral. É o jornalismo sem caráter. Mais preocupante do que a censura é a autocensura”, referiu.
José Pedro Sousa acrescentou ainda que “é o tipo de Gazeta que por não respeitar o público e os seus leitores, ao escamotear factos e informação, não merece o seu respeito. 41 anos depois, abril ainda não chegou a todos”, disse.
Já o deputado municipal do PS optou por efetuar uma intervenção também a falar de liberdade. Contudo, Francisco Pombo Lopes recordou que “um povo só é livre se viver em condições de dignidade”.
O socialista sublinhou ainda que o País precisa de “confiança, alternativa, inovação, dignidade e rigor para devolver aos portugueses a plenitude das conquistas de abril”.
Já o deputado social-democrata, Alexandre Pereira fez questão de realçar que não se pode cingir abril apenas à realização de atos eleitorais.
“Aliás, o alheamento das populações face à vida política e dos próprios atos eleitorais é prova que os desígnios de abril necessitam de consolidação”, disse.
Luís Barroso, deputado do Bloco de Esquerda, optou por recordar os presentes de que em democracia não há inevitabilidades e que existem sempre alternativas.
“O 25 de abril convoca-nos de novo, a lutar contra o fatalismo, contra estas receitas que não curam mas que aceleram e acentuam a doença. Hoje tal como em 74, é urgente voltarmos a comandar as nossas próprias vidas e a construir alternativas às políticas de empo- brecimento, de restrição de direitos e de lenta asfixia das liberdades que o neoliberalismo nos quer impor”, referiu.
Por seu turno, o presidente da Assembleia Municipal de Castelo Branco recordou aos presentes na sessão solene que a comemoração do 25 de Abril, “é o dia em que devemos gritar bem alto a nossa contestação contra a desigualdade e a injustiça com que somos tratados”.
Valter Lemos adiantou que devemos contar “com a nossa força e a das nossas instituições para garantir que não voltamos a regredir” e que “continuamos a trilhar um caminho de progresso e do desenvolvimento a que temos direito e que o 25 de Abril permitiu iniciar”.
CC