Joaquim Martins
A informação e as tentações do poder
A informação e as tentações do poder – As comemorações do 25 de Abril deste ano foram assombradas com o fantasma da censura. Os partidos do dito arco do poder- PSD, CDS e PS – estariam a preparar legislação que configurava um retorno ao Exame Prévio do anterior regime.
Não acredito que a intenção fosse essa mas a verdade é que foi esse fantasma que os principais órgãos de comunicação anteviram e trataram de esconjurar. Com sucesso. As reações conhecidas dos líderes partidários já deixaram isso claro. Não é aceitável qualquer constrangimento ao Direito de Comunicação e Expressão. A nossa democracia apesar de recente e pobre já percebeu o valor e o peso da Comunicação Social. Já percebeu também o fascínio do Poder pelos microfones e câmaras. E o seu poder de sedução sobre os aprendizes de feiticeiros e os aspirantes a estrelas do universo político.
As reações entendem-se. Pena é que os problemas reais – os limites, o papel e a missão da imprensa num regime democrático- não tenham sido debatidos e questionados. Era um bom pretexto. Além dos Direitos, quais as linhas vermelhas dos deveres? Os políticos não têm direito a vida privada? Os Partidos que disputam eleições têm todos os mesmos direitos? Os canais privados podem “vender” políticos” como vendem produtos gourmet? Há regras ou vale tudo? As leis para os canais públicos serão compatíveis com a realidade? Não estarão desfasadas no tempo?
1º de Maio – Dia do trabalhador – Para os trabalhadores portugueses é uma conquista de Abril. Convém lembrá-lo. Hoje, que assistimos a uma desvalorização do fator trabalho que era impensável, há meia dúzia de anos atrás, é fundamental que os trabalhadores tenham consciência da importância do DIA. E do que significa. A precarização não é um valor. Nem o desemprego. Nem os contratos atípicos. Nem os contratos individuais. O 1º de Maio tem que voltar a ser um dia de luta. E de causas!