Joaquim Martins
Ventos de Espanha
Ventos de Espanha – É verdade que o adágio popular assegurava que de Espanha nem bom vento nem bom casamento. Outros tempos. Antes da livre circulação. Quando as fronteiras eram limites. E a vontade dos príncipes era lei. Agora, que as fronteiras são traços de união, tudo mudou. Há intercâmbio franco. Não só de mercadorias. Mas de pessoas, projetos e ideias. E os casamentos, quando os há, já são por amor e mútuo consentimento.
Agora os ventos de Espanha, apesar da leveza com que chegam (é difícil dar por eles na nossa Comunicação Social!) trazem novas de esperança. Trazem frescura. Lá, a juventude está a mobilizar-se e a romper os esquemas de poder dos velhos partidos.
Nas eleições do passado fim de semana, pequenos partidos e grupos de cidadãos organizados em torno de uma ideia intrometeram-se e vão poder decidir quem governa em múltiplas Regiões Autonómicas. Há quem diga que o Bipartidarismo que tem governado a Espanha acabou. Há novos interlocutores. O sistema democrático agita-se.
O “Cidadãos” e o “Podemos” provaram que a mudança é possível. Que há outras formas de fazer política. E de intervir. Que é desejável, que os “descrentes” e os “zangados” com o sistema voltem a participar.
Os ventos de Espanha mostram que não há só “os partidos do arco da governação” e os outros. Pode haver Partidos ou Grupos de Cidadãos que se candidatam para governar e “aprendem” a dialogar e a aceitar “compromissos” com esse objetivo.
São bons, os ventos de Espanha. Arrastam odores novos que podem despertar sensibilidades…
Portugal pode aprender com eles. Urge é que, também cá, os jovens se mobilizem e voltem a acreditar! Os ventos são de mudança!